
Duas consequências de seu gesto: 1) O processo eleitoral em andamento, transforma-se numa grande aula política popular com o debate de várias propostas de um "Projeto Brasil" para o pós-Lula. É o fim da bipolarização entre dois partidos, duas pessoas, o que diminue a riqueza de uma disputa política nacional. 2) Marina, com suas convicções, leva a população brasileira a entender a necessidade de se construir um projeto que tenha como eixo central, a solução da problemática sócio-ambiental no mundo.
Agora, com Marina no cenário político nacional, somos convidados a iniciar uma mudança de paradigma, questionando o modo de produzir e de consumir em voga. Ela nos leva a pensar a sociedade e a natureza a médio e longo prazo. Agora, a bipolaridade será entre o novo e o velho - entre a ganância do lucro e o consumismo e o humanismo integral, vazado num novo projeto de desenvolvimento em que o cuidado ecológico não seja exterior, algo só para curar dores de consciência, coisa para inglês ver! É bom entender que a possível candidatura de Marina à Presidência se coloca para ela em segundo plano, em primeiro vem a busca de soluções a problemas como o aquecimento global, o desmatamento criminoso, os processos produtivos altamente poluentes, a contaminação dos alimentos, os agrotóxicos, o fim da agricultura familiar, o reles pragmatismo produtivista e consumista, o desaparecimento das espécies.
Alguns analistas apontam para a impossiblidade de Marina se eleger presidente, pela fragilidade política do PV e outros fatores da racionalidade política. Mas existem os Leonardos Boffs da vida, que acreditam na emergência de uma grande onda, um verdadeiro tsnami, que faça do Brasil de Marina um propulsor ecológico do mundo. Esse movimento, como o "lavassale" (onda, no dialeto do Haiti) que levou a Aristides, o sacerdote negro ao poder. Uma coisa é certa, Marina reintroduziu o sonho, a utopia dos anos 80 na política atual.
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