quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CARTA ABERTA

CARTA ABERTA AOS MINEIROS

Especialmente aos 3 milhões e 300 mil votantes que me apoiaram em 2002
para Senador ou me elegeram 3 vezes Deputado Federal.
Nestas eleições de 2010,sou suplente do Senador AÉCIO NEVES na coligação “SOMOS MINAS GERAIS”,que reúne 13 partidos,entre eles o meu PSB.
Lideram a mesma o professor ANTÔNIO ANASTASIA, governador e candidato a governador e os candidatos ao Senado Federal AÉCIO NEVES e ITAMAR FRANCO.Ao eleger AÉCIO NEVES você estará também me elegendo como seu suplente.
Peço seu voto e seu apoio para estes três majoritários e para todos os candidatos a Deputado Federal e Deputado Estadual de nossa coligação.
Nós merecemos o seu voto porque Minas não pode retroceder, merece e precisa continuar a avançar.O professor ANTÔNIO ANASTASIA é a garantia dessa continuidade.Afinado com AÉCIO NEVES, foi peça importante para esse desenvolvimento integrado,sucede o ex-governador e a partir de 2011 será o coordenador e líder do novo governo,eleito com seu voto.
Aceitei ser suplente de AÉCIO NEVES por vários motivos:
• A chance de continuar a militar na política por Minas e pelo Brasil;
• Por ser capaz politicamente de substituí-lo se for chamado;
• A chance de continuar a ser um “semeador” de idéias sem me importar com a colheita;
• Tornar o PSB mais presente na chapa majoritária;
• Dar maior apoio ao plano de governo de ANASTASIA,ao qual tenho contribuído e a alegria e orgulho de participar da coligação “SOMOS MINAS GERAIS”;
• A escolha foi pessoal dele AÉCIO, sem que eu pedisse ou usasse de manobras de bastidores;
• A afinidade política e amizade que nos aproximou nos últimos anos;
• Compor uma aliança que preza o suprapartidarismo;
• O fato de não ser Eu um mero financiador de campanha.
Se você me elegeu Deputado Federal por três vezes ou é um dos 3 milhões e 300 mil mineiros que votaram em mim para Senador em 2002,sei que seu voto será para a coligação “SOMOS MINAS GERAIS”
Meu abraço amigo.
Tilden Santiago

domingo, 8 de agosto de 2010

BLOG DO ESTADÃO

Seção: A campanha na blogosfera  - 22.julho.2010 20:04:26 - Rodrigo Alvares

Tilden Santiago, o candidato Dilmasia em Minas – Leonel Rocha/Época

Ele já foi padre-operário por uma década entre os anos 50 e 60, opção que fez depois do curso de filosofia e teologia em Roma. Depois de ter morado na Palestina para colaborar na formação de um estado independente, voltou ao Brasil, abandonou a batina. Resolveu fazer política no antigo Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, partido político organizado pelos militares durante a ditadura para atuar como oposição à Arena, o partido oficial. (…)

No início do primeiro governo Lula foi nomeado embaixador do Brasil em Cuba, onde trabalhou entre 2003 e 2007. De volta ao Brasil, terminou sem espaço no PT e aderiu ao governo de Minas e trabalhou como assessor da Cemig. Foi ameaçado de expulsão do PT, mas negociou uma saída sem barulho do ninho petista. Já filiado ao PSB, optou por apoiar a candidatura de Marcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte. Até antes da desistência do pré-candidato ao PSB, apoiava a candidatura de Ciro Gomes ao Planalto.

Agora, o jornalista Tilden Santiago, aos 70 anos, foi convidado pelo ex-governador de Minas Aécio Neves para concorrer à vaga de primeiro suplente de senador. Tilden desistiu de concorrer sozinho e espera assumir o Senado, se a Aécio vencer a disputa, porque o ex-governador mineiro acenou com a possibilidade de concorrer ou ao Palácio do Planalto ou novamente ao governo de Minas em 2014. Tilden apoia a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff, do PT, à Presidência e a do tucano Antônio Anastásia ao governo de Minas.”

terça-feira, 3 de agosto de 2010

IGNÁCIO DE LOYOLA

31 de julho! Festa de Santo Ignácio de Loyola. Através do Padre Libânio, meu mestre em Roma nos anos 60, a minha saudação a todos os jesuítas da Companhia de Jesus, no mundo inteiro, especialmente aqueles com quem convivi no Colégio Pio Brasileiro e na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Em 2001, quando consegui passar o projeto de lei que mudou de três para oito anos, a punição do político cassado, fui atacado da tribuna da Câmara Federal, por Roberto Cardoso Alves, do Centrão. Com veemência me qualificou como moralista, masoquista, traidor dos colegas, mineiro na convivência, mas cruel na política e "fiote" de jesuítas. A colega e amiga Sandra Starling me economisou de subir à tribuna para me defender. Grato Sandra!
Orgulho-me de tudo que aprendi com os Lazaristas em Mariana e com os filhos de Santo Ingnácio em Roma e em Jerusalém. Entre tantas lições, a ética e a luta contra a corrupção.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

CARTA ABERTA A ROGÉRIO COLOMBINI

Contagem, julho de 2010
Amigo Rogério Colombini
O momento político atual precisa de gestos corajosos e democráticos como o seu. Meu abraço amigo e solidário, a você e ao Diretório Mineiro do PRB, em nome de centenas de mineiros que prezam a liberdade e a ousadia rebelde.
Soube pelos jornais de 6 de julho, terça feira, que a Executiva Nacional do PRB fez intervenção no Diretório Mineiro, anulando a convenção do Diretório de Minas realizada no dia 27 de junho, que decidira apoio à reeleição do professor Antônio Anastásia, causando um racha no partido e a sua saída corajosa desta legenda, que você tanto engrandeceu.
O pior é que intervenção de cima para baixo está virando moda, contaminando o atual processo político e eleitoral brasileiro, desqualificando lideranças nacionais, mas, ao mesmo tempo, revelando o rosto de resistentes nos Estados, como você, Sandra Starling, o deputado federal Domingos Dutra no Maranhão, Frei Betto e outros. Como vão construir o Pacto Federativo, partidos e políticos que praticam uma ditadura vertical sobre os Estados? E tudo se faz sob o véu falso e hipócrita de fidelidade partidária.
Suas palavras, Colombini, não deixam margem a dúvidas: “Não sou mais presidente do PRB em Minas. Vou continuar apoiando Anastásia.” E com duras críticas, você condenou a maneira como os processos têm sido conduzidos: “Fizeram intervenção com o PT em Minas e eles não tiveram coragem de reagir. Eu tive...”
Estou plenamente de acordo com a nota divulgada pelos partidos da coligação “Somos Minas Gerais”, a qual classifica a intervenção vertical, a um “atentado praticado por forças externas contra a autonomia e a liberdade dos partidos de Minas: Minas não é moeda de troca.”
E o pior, Colombini, é que se tenta justificar as intervenções autoritárias, como mecanismos necessários à construção e manutenção de “partidos nacionais.” Então pisa-se nos Estados e Municípios motivados mais pela obsessão do poder pelo poder do que pela preservação do caráter nacional de nossos partidos.
Na verdade, a causa real e principal dessa situação esdrúxula, que estamos vivendo, é a perniciosa dimensão plebiscitária que os paulistas imprimiram, bem antes, ao processo eleitoral. Essa bipolaridade forçada, que não nasceu do povo, nem da constituição, reduz a política a dois partidos, a dois nomes para presidente, excluindo os demais partidos e lideranças. Você é apenas a última vítima dessa bipolarização, que mata o debate, a discussão, que mata a política como processo democrático.
Você é mais uma vítima, Colombini. A primeira foi Aécio Neves, impedido de disputar a presidência, a segunda Ciro Gomes, a terceira Marina Silva e os nanicos, que acabam justificando esta farsa democrática de dois turnos, realizados burocraticamente, se houver...
Sinta-se honrado, Colombini, na companhia de ilustres políticos que pregam a liberdade do ser humano junto com a legítima aspiração do poder. Mas a principal vítima da bipolarização é o povo brasileiro (no sentido que dava a essa expressão, o saudoso Darcy Ribeiro) impedido de viver uma grande “aula política” nas eleições de 2010.
Um forte abraço, Colombini, deste amigo que muito o estima e que se orgulha de ser contado entre seus amigos. Maíra manda lembranças.
Saudações socialistas e republicanas!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

MATEUS PRADO PLANEJA NOVOS EMPREENDIMENTOS PARA O HENFIL

Transcrito do Jornall Tempo Real www.jornaltemporeal.com.
Redação - junho 21, 2010 em 3:00 pm
Na semana passada, Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil, e Paulo de Tarso Côrte, diretor executivo da entidade, mantiveram contato com Tilden Santiago, ex-embaixador brasileiro em Cuba. O encontro aconteceu em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, e serviu para apresentar ao ex-embaixador, os planos do Instituto Henfil de estabelecer-se em Havana, capital de Cuba, para desenvolver projetos de intercâmbio educacional e cultural com alunos e professores cubanos.
Tilden Santiago é padre operário, filosofo e jornalista. Foi militante político da Aliança Libertadora Nacional (ALN), preso e torturado durante a ditadura militar. Na democracia, Tilden foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, deputado federal por três mandatos e, em 2002, no início do primeiro governo Lula, assumiu o comando da embaixada brasileira na ilha cubana.
Terminado o encontro, Tilden Santiago disse que é muito oporturna e feliz a idéia de Mateus Prado. Segundo ele, em esporte, cultura, saúde e educação, Cuba tem muitos acúmulos e conhecimentos que precisam ser compartilhados com povos de outras nacionalidades. “A proposta do Henfil de estabalecer intercâmbios com os cubanos é um caminho que pode abrir inúmeras possibilidades de aproximação entre os povos dos dois países”, disse Tilden.
Após o encontro, Mateus Prado disse que estava muito confiante e que, agora, com o apoio de Tilden Santiago está muito entusiasmado com a possibilidade de levar o Instituto Henfil para Cuba. Será uma oportunidade ímpar para a aproximação e o intercâmbio com alunos e professores cubanos que, apesar das condições políticas cubanas, são um exemplo para o mundo para a formulação e a implementação de políticas públicas de caráter social.
Mateus Prado e Tilden Santiago combinaram uma agenda em comum para tratar do assunto. Nos próximos dias, ambos serão recebidos na embaixada cubana em Brasília para agenda com o embaixador e com a coordenadora política do governo cubano no Brasil.

terça-feira, 8 de junho de 2010

J. B. Libanio

Hoje é domingo: 06 de junho. Minha primeira leitura espiritual do dia é ler Padre Libânio, como faço todo domingo em O TEMPO. Seu texto de hoje é uma denúncia profética de uma mídia, que não é totalmente mentirosa mas peca por um “extremismo unilateral”.Ela só enfatiza o negativo, passando a imagem de que nada existe de sadio em nosso pais: a violência, os crimes hediondos, o sexo, a pedofilia, os abusos e crimes de nossos líderes políticos, padres, pastores e ministros religiosos. Enfim, a pauta de cada noticiário acaba sendo só uma ladainha de banalidades, criando um vazio, quase só retratando “o triste da condição humana no que ela tem de pior”. Sua constatação, Mestre Libânio, tocou profundo dentro deste jornalista, professor de comunicação, filósofo e teólogo, hoje pré-candidato ao Senado Federal que bebeu em Roma da sua espiritualidade e sabedoria. Sua e de Marcelo Azevedo, Pe. Mendes (Dom Luciano) Müeller, João Bosco, Danti, Zandonà, Dom Guardagnino, os irmãos Marchi, Monnerat, Aquino, Pedreira e tantos outros jesuítas, co-irmãos seus, que nos anos 60 passaram pelo Concílio Vaticano II e pela cidade eterna.O profeta, em primeiro lugar, denuncia o mal com firmeza. Mas, apóstolo da alegria, Libânio, qual Paulo de Tarso, nos convida a olhar com profundidade a mídia e tudo que acontece no mundo, “mantendo esperança no ser humano e descobrindo a luz fulgurante em meio à escuridão fotografada” com tanta insistência.
Você tem razão, Libânio: “A política como exercício humano fundamental vem sendo destruída pela informação extremada”. E gostaria de acrescentar pela omissão de fatos e interpretações necessários à devida compreensão dos fenômenos humanos. Agora, por exemplo, nada ou quase nada se fala sobre o carácter nocivo, prejudicial para o povo, antidemocrático, dominador, excrudente desse processo plebiscitário, bipolarizado da disputa presidencial, imposto pela cúpula política dos petistas, tucanos e peemedebistas paulistas. Infelizmente com a anuência e submissão do restante das forças políticas. Mas esse é só um exemplo, e atual, que além de Ciro Gomes, Aécio Neves e Marina Silva, vitima o próprio eleitorado brasileiro, impedido de um debate mais amplo, politizante e enriquecedor sobre a República. Ilude-se o comunicador que pensa inverter a cultura de geração apenas com a informação. Sobretudo se for tendenciosa, unilateral prá-baixo, sem esperança. Libânio tem razão: É preciso “beber nas fontes do passado”. A sabedoria não se constrói e fomenta, da noite para o dia, em uma só geração, embriagada e entupida de qualquer informação em excesso. A filosofia, a espiritualidade, a escola são indispensáveis, especialmente para o comunicador: “Como falar da virtude, do bem, da verdade, dos valores, sem antes ler, conhecer os clássicos da filosofia, das tradições religiosas? Cada geração não inventa a cultura. Bebe nas fontes do passado”.
Obrigado Libânio

sábado, 5 de junho de 2010

PSB DE MINAS: Soberania pela base

O PSB será o único partido mineiro a decidir em Congresso Estadual, no dia 27 de junho, com a participação de cerca de 400 delegados, seu rumo  em Minas Gerais nessas eleições. As Comissões Municipais Provisórias do interior têm até o dia 20 de junho para realizar Congresso Municipal, levando a militância e filiados da base socialista mineira a eleger delegados e debater as eleições em Minas, inclusive possíveis alianças que nos são oferecidas. Tal movimentação das bases foi planejada pela Direção Estadual comandada pelo presidente, deputado Wander Borges com a aquiescência da Direção Nacional. Uma decisão que ser tomada, a rigor, por duas dezenas de dirigentes e de líderes, passará pelo debate entre 400 delegados eleitos democraticamente em nossas bases.
O PSB obeserva, sem se posicionar, as disputas travadas entre Patrus e Pimentel pela cabeça de chapa e agora entre Helio Costa e Fernando Pimental. Respeitamos os nomes propostos pelo PMDB, pelo PT e PSDB. Mas o que nos interessa, na busca desse rumo de aliança em Minas, visando contribuir na eleição do governador é discernir o que é bom politicamente para o povo mineiro e para o PSB de Minas. No dia 27 já saberemos os nomes dos candidatos que se apresentam. Mas nós debateremos política, projetos se houver, administração do Estado olhando Minas pós-Aécio - naturalmente podendo haver observações sobre as pessoas que lutam afoitamente pelo Palácio da Liberdade. Entramos na arena eleitoral com candidatos a deputado federal, estadual e para o Senado, este escriba. Lutamos por integrar uma chapa majoritária. Nossa esperança é consegui-lo. Mas disputaremos mesmo com candidatura avulsa se for necessário, porque valorizamos dirigentes  e base, a independência e a soberania do PSB mineiro. É a nossa contribuição para a construção democrática hoje, caminho que nos levará ao Sociaismo com liberdade a ser instalado no futuro das Minas e dos Campos Gerais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quatro Vítimas

Quem se opôs ao caráter plebiscitário das eleições de 2010 não pôde disputar  a Presidência  da República. A primeira vítima da bipolarização do processo eleitoral presidencial foi Aécio Neves, que tinha boas chances de concorrer e sair vitorioso. Ciro Gomes (PSB), em condições favoráveis como seu amigo Aécio, foi a segunda vítima. A terceira vítima será Marina Silva,  candidata, graças a sua coragem, ousadia  e firmeza política de seringueira, ambientalista, socialista e guerreira da floresta. Resta saber como e quando vão trucidar a discípula e herdeira de Chico Mendes. É bom lembrar que a  Constituição Cidadã de Ulysses Guimarães estabeleceu eleições em dois turnos reais e não formalmente como está acontecendo. Mas a verdadeira vítima desse processo plebiscitário, sem discussão política do Brasil pós-Lula é a nação brasileira. É isso aí!

Alfredo Bosi

A Carta Capital nº 598 de 2 de junho, ainda nas bancas, divulga uma entrevista de Alfredo Bosi- professor emérito da USP que merece ser lida e relida. É um estudioso do combate à dominação ideológica.  Analista das obras do filósofo Francis Bacon, Montesquieu, Condorcet,  Hegel, Simone Weil, Antonio Gramsci, Celso Furtado, Joaquim Nabuco e Machado de Assis, Bosi os vê como opositores às ideias que construíram a escravidão, a pobreza, a incultura, o stalinismo, a estupidez... A entrevista nos incita a ler seus livros, para melhor entendermos o tema da ideologia e da contraideologia. Durante a ditadura militar, ele consolidou a ideia de que a nossa tinha sido uma cultura oprimida desde a colonização. É a melhor interpretação que já li sobre o período do golpe de 64 até nossos dias. Ele viveu e entendeu as evoluções e contradições da história social e política deste período, especialmente no que tange o papel da esquerda no Brasil. É o que existe de melhor em nossa literatura histórica quanto aos afluentes que criaram este grande rio que é o Partido dos Trabalhadores,a Pastoral Popular e Democrática pós Concílio Vaticano II, o Sindicalismo Combativo e os intelectuais independentes, críticos da ortodoxia soviética.

Aliança do PT com suas bases

"Quando houver impasse entre as lideranças é só jogar para a base e ela resolve o problema". É o que aconselhava Lula ao PT, antes de chegar ao poder (poder ou governo?).  Essa era uma das dimensões da  singularidade e da grandeza do Partido dos Trabalhadores. O sentimento e a opinião da base partidária contavam. É algo que vivi por duas décadas e relembro com carinho. Os tempos mudaram. Basta observar o processo de aliança PT-PMDB em Minas e a escolha do candidato a governador.Tudo decidido nos bastidores e a base esperando para saber a solução e seguir o caminho apontado do alto. E seguirá? Mas não deixou de ser admirável o esforço de amigos como Reginaldo, Durval, Odair, André Quintão, Miguel Correa, Roberto Carvalho, Virgílio, René Vilela, Padre João, Biel e tantos outros, tentando fazer valer a voz da militância e das bases. E o PT segue  com seu dinamismo, dentro do quadro partidário brasileiro, no rumo da consolidação e da continuidade do poder (do poder ou do governo?). E como fica a aliança do PT com suas bases?

domingo, 30 de maio de 2010

O PSB EM MINAS

É inegável a forte participação do PSB nacionalmente no atual processo eleitoral. Isso ficou muito claro e definido já em 27 de abril pela CEN - Comissão Executiva Nacional: a retirada da candidatura própria de Ciro Gomes à Presidência e a reafirmação da participação do PSB no governo Lula, inclusive, sinalizando a continuidade desse projeto por um posicionamento firme na política de aliança nessas eleições de 2010. "A política de alianças partidárias em todos os níveis deverá priorizar as alianças com os partidos que compôem a base de sustentação política do governo federal, e/ou dos governos estaduais do PSB, e nelas, os partidos de esquerda".
Em Minas, o PSB caminha para um Congresso Estadual do partido, dia 27 de junho, com delegados e a partir da discussão até dia 20, das eleições em cada município. A orientação nacional é uma só para todos os Estados: "Relativamente às decisões dos congressos estaduais, compete à CEN - Comissão Executiva Nacional, ex officio ou provocada por qualquer militante em petição fundamentada, examinar, opinar e se for o caso, ajustar os projetos eleitorais estaduais ao objetivo eleitoral nacional do Partido, contido nas seguintes diretrizes".
Certamente o posicionamento claro e inegável da Direção Nacional e sua orientação para o Brasil inteiro vai ajudar o PSB mineiro a superar a ambiguidade que ele vive há algum tempo: nacionalmente ele respira com o governo Lula e os partidos que o apoiam e em Minas tem um bom relacionamento com o governador Aécio Neves, inclusive nas votações da Assembléia Legilativa.
Partido democrático se constroi assim: com as direções oferecendo rumos, debatendo com suas bases os posicionamentos, especialmente quando se trata de alianças políticas. Só assim evitaremos a predominância de critérios personalistas, pragmáticos e filosóficos em vez de critérios políticos, racionais e ideológicos.
Nenhuma surpresa nessa postura, já qua a força motriz do PSB é o socialismo democrático - desde suas origens sob a batuta de João Mangabeira.

GRUPO ISEIB Agora em Betim

Depois de tudo o que tem feito desde 1975, em Minas Gerais, Betim passa a ser o novo centro irradiador - juntamente com Montes Claros e Belo Horizonte - dessa história de amor, trabaho, empreendedorismo, responsabilidade social , crença na educação, no esporte, na capacitação profissional, no avanço das tecnologias, na pesquisa, na produção científica brasileira da familia Oliveira. Idealizadores e líderes do Grupo ISEIB já estão presentes em Minas extendendo sua ação a 50 municípios brasileiros e instalando brevemente na Bahia e no Espírito Santo. Além de pautar por cinco valores sintetizados nas letras da palavra ISEIB, o grupo nesse mundo marcado pelas pressões do  mercado, não abre mão dos fundamentos éticos e de ter, como horizonte, a utopia do "humanismo integral" do hoje, abandonado, esquecido e rejeitado filósosfo francês Jacques Maritain. Meus amigos blogueiros estão curiosos para conhecer o simbolismo das cinco letras da palavra ISEIB e informações sobre esse projeto que se faz presente também em Betim, tenho certeza. Entre no site: http://www.grupoiseib.com.br/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

MANIFESTAÇÃO PRÓ-CUBA - Portal Vermelho

A direita brasileira escolheu o dia 20 de Maio, esta quinta-feira, para fazer uma manifestação contrária ao regime de Cuba, mas foram surpreendidos com uma manifestação favorável a ilha. Os cinco manifestantes de direita, liderados pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foram enxotados pela dezenas de manifestadores que foram prestar solidariedade à Cuba.
Para isso contaram com a ajuda de policiais militares que impediram os atos de agressão ensaiados pelos “ianques”, como foram chamados pelos manifestantes: “Fora ianques”. Eles ainda insistiram nas provocações, passando de carro em frente à Embaixada de Cuba em Brasília, onde se realizava o ato.
Após o encerramento do evento, que durou duas horas de discursos, gritos de palavras de ordem e agitação de bandeiras e exibição de faixas, os manifestantes foram recebidos pelo embaixador cubano, Carlos Zamora, nos jardins da embaixada. Ele quis agradecer pessoalmente ao que considerou “ demonstração de carinho e solidariedade para com a revolução cubana e o que ela significa para todo o mundo.”
A exemplo dos manifestantes, Zamora encerrou sua fala com as palavras de ordem: “A luta de Cuba é a luta do povo”; “Liberdade para os cinco”, “Abaixo o imperialismo”; “Viva José Martí”, “Viva Fidel Castro”. E foi acompanhado ainda nas palavras de “vivas” à “Eterna amizade do povo de Cuba e do povo do Brasil”, encerrando com “Patria ou Muerte”.
Vaias e vivas
Na chegada do grupo de Aleluia, que carregava fotos de presos em Cuba, o vice-presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), Paulo Guimarães, que estava discursando no carro de som, calou-se para acompanhar a movimentação de chegada e retirada deles, que durou poucos minutos. E depois comemorou: “Foram embora com o rabo entre as pernas, porque não tem inserção social, não tem apoio popular.”
“Vaias para eles e vivas para Cuba”, gritavam os manifestantes à saída do grupo de Aleluia.
Após a saída do grupo, os manifestantes se revezaram ao microfone para apresentarem palavras de apoio e solidariedade. Guimarães voltou a falar “para prestar solidariedade e apoio a esse povo que tem uma história que honra a humanidade. Esse ato demonstra a representatividade da luta do povo cubano que está centrada no entendimento e solidariedade”, disse.
Campanha midiática
Os manifestantes, a exemplo da coordenadora do Núcleo de Estudos de Cuba (NesCuba) da Universidade de Brasília (UnB), María Auxiliadora César, também se posicionaram contra a campanha midiática das grandes potências que tentam desacreditar a revolução cubana diante do mundo. “Cuba soube resistir porque tem um povo bravo e existem grupos no mundo inteiro que a apoiam, como esse que está aqui agora em Brasília.”
“Na base de mentiras e calúnias, transformam delinqüentes comuns em “presos políticos”, transformam mercenários pagos pelos cofres do Pentágono em “dissidentes”, premiam blogueiros vulgares como se fossem jornalistas e escritores. O centro desta campanha esta na Casa Branca, com o apoio de governos e parlamentares reacionários da União Européia. No Brasil, a campanha é protagonizada pela mídia conservadora e uma minoria de direitistas no Congresso Nacional”, diz o texto distribuído entre os manifestantes.
Graça Sousa, secretária de mulheres da CUT, disse que os movimentos sociais estão alertas para a ofensiva do capitalismo contra a revolução cubana que, a despeito do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, comemora 50 anos. E destacou as principais bandeiras de luta do regime cubano que conta com o apoio e solidariedade dos povos da América Latina: o fim do bloqueio, a devolução do território de Guatanamo e a libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos.
Tilden Santiago, que foi embaixador de Cuba no primeiro Governo Lula, falou sobre a alegria de participar do ato, destacando que a mesma alegria devem sentir Fidel e Raul Castro ao tomar conhecimento de que o povo trabalhador brasileiro defende a revolução.
“A democracia avança na América Latina e avança a resistência dos cubanos que deram suor e sangue contra o imperialismo”, discursou, acrescentando que “se hoje nós temos governos à esquerda em toda a América Latina – Bolívia, Venezuela, Equador e no Brasil -, nós devemos a resistência permanente da revolução cubana, que é a vanguarda do sistema socialista na América Latina.”

domingo, 16 de maio de 2010

VALE DO AÇO E MOVIMENTO FERRAMENTA

O Movimento Ferramenta reaparece com força no Vale do Aço. Desta vez, com a candidatura de Cecília Ferramenta, deputada estadual do PT e companheira do ex-prefeito, deputado federal e estadual, Chico Ferramenta. "É ouro! É menta! Prefeita Cecília Ferramenta". A unificação do PT em torno de sua candidatura, em busca da Prefeitura, sinaliza a conquista de mais uma vitória no horizonte. O comício realizado no Bairro Betânea, berço do petismo no Vale e em Ipatinga, contou com forte participação da população, inclusive de militantes de outros partidos, especialmente, PV e PSB, numa aliança informal de baixo para cima. Há 25 anos, em 1985, nasceu o Movimento Ferramenta. Fui testemunha e ajudei, como jornalista, na luta pelo Sindicato dos Metalúrgicos, com Chico na cabeça, na época, "Chico da Pesquisa". Ganhamos no primeiro turno. No segundo, uniram-se as quatro chapas com apoio das elites políticas e empresariais e dos pelegos. No ano seguinte, o povo deu o troco, elegendo Chico Ferramenta, o deputado estadual mais votado de Minas. Daí por diante, o Vale do Aço tornou-se para Minas o que foi o ABC para os trabalhadores paulistas. Chico Ferramenta emergiu como líder, buscando Lula em São Paulo. É impressioante a marca que tem ele na alma do povo e sua empatia com as urnas. O Movimento Ferramenta  só não foi maior, a meu ver, por dois motivos: a falta de unidade interna do PT e não termos projetado Chico no Estado e no país com mais intensidade. Antes, Cecília foi a mulher forte, junto do homem, Chico Ferramenta.  Nesse momento, Chico é o homem forte junto com sua companheira Cecília. O Vale do Aço é uma terra boa e fértil para receber as sementes da libertação social e política. Certamente por essa razão, lá investiram  quadros dos três afluentes que criaram o PT: 1) o sindicalismo combativo 2) as CEBs, a Igreja Popular e Democrática que nasceu no Concílio Vaticano II de Medellin, de Puebla (Dom Lara, bispo diocesano, o clero e líderes leigos, os frades franciscanos instalados em Betânea) 3) as correntes de esquerda com tendência marxista e revolucionária. Hoje me orgulho de ter participado desses três afluentes que geraram o PT no Brasil, em Minas, no Vale do Aço. A presença no setor produtivo de uma empresa siderúrgica do porte da Usiminas é o grande fator da força transformadora do Vale do Aço. Nas décadas de 40 e 50, nós jovens de Nova Era, viajávamos de trem da Vitoria a Minas, em busca das praias capixabas. Quando chegávamos à baixada, nas proximidades da Estação Intendente Câmara, a gente só via pasto e boi e vagões de minério de ferro levando a riqueza de Itabira e de Minas para o porto de Vitória e o exterior. Hoje a situação é outra: onde só havia pasto, boi e vagão de minério existe uma forte inversão de capital e uma aglomeração urbana, verdadeira Região Metropolitana. Hoje, o Vale do Aço é para Minas o que foi Detroit para os EUA, a principal força motriz do desenvolvimento econômico, social, político, cultural, espiritual das Minas e dos Campos Gerais. Quem sabe se não será também um dia fator principal do desenvolvimento sustentável? É nesse contexto histórico de crescimento do capital e do trabalho que nesceu o Movimento Ferramenta. Parabéns Cecília e Chico! Parabéns Vale do Aço.

SANDRO COELHO EM SANTA LUZIA

14 de maio - sexta-feira - Entramos em Santa Luzia, fomos na direção do Bairro São Benedito - na busca da quadra desportiva do Coelho, no final da Rua Itamaraty. Muitos carros estacionados na rua e na quadra desportiva: profesores, lideranças comunitárias, pedagogos, empresários, diretores e gerentes, líderes partidários, jovens, idosos e adolescentes, forte presença feminina. O professor Sandro Coelho, muito querido da população, pré-candidato a deputado estadual, acolhe a todos, junto com Bispo, presidente do PSB de Santa Luzia. São poucas as lideranças que hoje conseguem encher uma quadra grande.Cheio de emoção com o lançamento de Sandro Coelho a deputado estadual junto com ele, Domingos de Castro, pré-candidato a deputado federal pelo PSB e este escriba no rumo do Senado, também pelo PSB/MG. Sandro dirige hoje uma escola estadual  no Bairro São Benedito, onde ele mesmo estudou quando criança. Seus pais, oriundos de Caputira, moradores há décadas de Santa Luzia, lá estavam presentes. Com deputados eleitos da qualidade de Sandro, podemos acreditar numa renovação da política, na política com ética, eficaz, representativa, sem corrupção. A verdadira reforma política se faz nas urnas. Coragem Sandro Coelho! Coragem São Benedito! Coragem Santa Luzia!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

DITADURA DOS PARTIDOS

Agora é o momento em que as alianças partidárias se consolidam no rumo das eleições. O critério para cristalizar formalmente uma aliança não é político, nem ideológico, é a "governança" como diz o Lula. É a perspectiva de obter mais espaço de poder, mais voto. E isso se faz com mais eficácia, quando se impõe ao eleitorado um processo eleitoral bipolarizado, tentando anular a sabedoria dos dois turnos, método mais democrático indicado pela constituição de 1987. Estamos em 2010, diante de um processo que não contribui para a construção democrática e empobrece a política e a república. Mas as alianças não são só formais, a nível de partidos. A sabedoria de parte das classes populares, que não querem mais se submeter aos "formadores de opinião" podem construir alianças informais que escapam e driblam a hegemonia dominadora de alguns partidos. Minas, sinônimo de liberdade, viveu isso recentemente com o "Lulécio". O que acontecerá em outubro de 2010 no Brasil e em Minas? Haverão alianças informais emergindo da vontade do eleitorado e resistindo à ditadura dos partidos?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DEBATE OU FARSA?

A Associação Mineira dos Municípios (AMM) tentou realizar um debate entre Serra, Dilma e Marina. Vários colunistas, que foram a Expominas, chamavam o debate coordenado pelo jornalista Fernando Mitre, que as vezes perdeu a calma, de farsa. Dilma e Serra começaram nervosos, mas depois se controlaram. A grande surpresa para todos foi o desempenho de Marina Silva. Ela cativou prefeitos, vereadores, parlamentares, dirigentes partidários, profissionais da imprensa, jovens e velhos, homens e mulheres. Longe de se limitar aos temas ambientais, demonstrou que não é candidata de uma nota só. Ela pensa o Brasil pós-Lula a partir de uma visão de mundo invejável, sem arrogância, com a naturalidade de uma mulher que vem do povo. Serra mostrou acuidade na abordagem de temas políticos e administrativos: é um mixto de intelectual e homem público que sabe encarar a luta eeitoral pelo voto. Dilma prefere atrair as atenções para os PACs e os feitos do governo Lula. Não houve debate. Houve apenas uma justaposição de posicionamentos sobre um mesmo tema. A perspectiva bipolarizada imposta ao processo eleitoral  por petistas e tucanos paulistas impede uma real discussão sobre o Brasil pós-Lula. Empobrece o debate político reduzindo o mesmo a dois partidos, a dois candidatos, num palco teatral que se contenta em atirar contra dois alvos: o governo FHC e o governo Lula. Difícil dabater olhando para trás. As vítimas da bipolarização já começaram a se conter. Aécio Neves foi a primeira a ser afastada da disputa presidencial. A segunda foi Ciro Gomes, silenciado nacionalmente num cenário dantesco. O que vai acontecer com a terceira possível vítima, que conseguiu  pelo menos se colocar como candidata, dada a ousadia e teimosia do PV e da seringueira? Será ela capaz de sustentar o sucesso e a surpresa mostrada no primeiro debate, ao longo da farsa oferecida ao povo brasileiro até outubro?
A verdadeira vítima da bipolarização do processo eleitoral presidencial é o povo brasileiro, no sentido que dava a essa expressão o saudoso Darcy Ribeiro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

EVANGELIZAR E SER EVANGELIZADO PELOS POBRES

Vitória do Espírito Santo. Estamos no bairro de Lourdes: primeiro de maio de 1967: 6 horas da tarde. O sino tocava o Ângelus. A igrejinha no pé da favela Gurijica, Nossa Senhora da Consolação, estava lotada, transbordando de gente. O povo das favelas da região ocupavam a nave central , os companheiros metalúrgicos da Ferro e Aço estavam à esquerda do altar e minha familia à direita. Diácono, prostrado diante de Deus, de Dom João Batista Motta e Albuquerque e do povo dos pobres, escutava a ladaínha de Todos os Santos. Depois de lembrar o Vietnam perseguido, a identidade de Jesus com os pobres e a misericórdia d'Aquele que tudo e todos vê e ama, o velho arcebispo capixaba me impôs as mãos sobre minha cabeça, invocou o Espírito sobre mim para evangelizar os pobres e anunciar a libertação aos oprimidos, aos "damnés de la terre" e ungiu com o óleo consagrado na última quinta feira santa, minhas mãos de metalúrgico, de soldador. O companheiro de Jesus de Nazaré Carpinteiro se tornou Sacerdote da Palavra enviado ao mundo do trabalho para evangelizar e também ser evangelizado.
Primeiro de maio de 2010: 43 anos depois ainda me soa aos ouvidos o canto da igrejinha no pé da favela: "Tu és sacerdote eternamente - Sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchidesec".
Foram 10 anos como padre-operário na fábrica, nas vilas, nas favelas, na resistência democrática. Ao sair da prisão política, recebí do Papa Paulo II a dispensa dos compromissos sacerdotais. E a vida continuou: o trabalho, o casamento, os filhos. E o sacerdócio em outros minitérios: no jornal, na sala de aula, na política, no Congresso Nacional, na Secretaria do Meio Ambiente, na Embaixada do Brasil em Cuba, na Cemig, na Revitalização do Velho Chico, nas eleições, na busca ao Senado.

sábado, 24 de abril de 2010

Enquete

O que você acha dessa pressão violenta, impedindo que Ciro Gomes seja candidato à Presidente da República?
Você acha correto reduzir a dois nomes (Dilma e Serra) e a dois partidos (PT a PSDB) a disputa à Presidência, sobretudo ficar olhando para trás, comparando os oito anos de Lula com os oito anos de FHC?
Você percebeu que querem impedir o povo brasileiro de debater, de discutir o Brasil pós-Lula, nas eleições de 2010?

O eleitor é o que menos conta, agora o poder econômico e o poder político querem decidir por nós, antes de irmos às urnas.Através das eleições, que se repetem de dois em dois anos, após o fim da Ditadura, o povo vem crescendo politicamente. Hoje está mais difícil fazer a cabeça do eleitor por pouca coisa, como querem os poderosos.
Vote na enquete ao lado. 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

MEU CARO CIRO

Acabo de ler a sua opinião sintetizada nessa lauda intitulada: “A história acabou?”. Concordo em gênero, número e grau com a sua análise sobre todos os atores em cena nesse processo eleitoral: partidos, políticos e o povo brasileiro. Concordo especialmente com o seu posicionamento político de defesa da soberania nacional e popular, que só pode ser construída por um PSB independente, autônomo e soberano, sem olhar para o retrovisor e enfocando com coragem e ousadia, o Brasil pós-Lula. Com todo respeito que tenho por esse frágil cenário partidário brasileiro, especialmente pelo PT que ajudei a fundar e a construir durante 28 anos. Você, Ciro, personifica hoje, junto com Marina, o NÃO ao plebiscito que mata a política e o debate, que reduz o olhar do eleitor em plena campanha presidencial, a dois partidos, a dois candidatos, que transforma a eleição numa mera busca de poder pelo poder, levando a Nação a um retrocesso ou a um mero continuísmo. Você personifica um processo eleitoral, como grande aula política em nosso país. O objetivo estratégico do PSB, de um socialismo democrático (e comunitário como na Bolívia) enfatizando nossas raízes históricas, é a garantia da possibilidade de avanço da Nação no pós-Lula, presente em sua inteligência e seu coração patriota. Hoje, Ciro Gomes na Presidência! Amanhã, Eduardo Campos! Disputando agora, eleito ou não, você estará dando a sua contribuição para que o nosso PSB concretize a sua missão histórica. Muitos companheiros socialistas mineiros, dentro e fora do PSB, me telefonaram ao ler seu texto, hipotecando apoio a sua visão e posicionamento firme, me pedindo para manter em Minas, “mutatis mutandis”, a mesma coerência e firmeza com relação à candidatura do PSB para o Senado. Respondi que comunicaria a você e esclareci que, a seu exemplo “cumprirei com disciplina e respeito democrático o que decidir nosso partido. Respeitamos nossas lideranças, mas não desistimos. Vamos levantar seu palanque em Belo Horizonte, Contagem e outras cidades mineiras. Seja bem vindo a Minas e sucesso na campanha em todo o Brasil.

Meu abraco amigo de afilhado politico e companheiro sociaista.

Tilden Santiago.

Embaixador do Brasil em Cuba de 2003 a 2007

Deputado Federal de 1990 a 2002

"A HISTÓRIA ACABOU?" Carta de Ciro Gomes

Jamais imaginei, apos trinta anos de vida Pública, viver uma situação política como a em que me encontro. A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias que formalizam as candidaturas às eleições gerais de 2010, não consigo entender o que quer de mim o meu partido- o Partido Socialista Brasileiro.
A se dar crédito às pesquisas eleitorais, eu estaria falando por algo ao redor de 15 milhões de brasileiros, apesar de não dispor de nenhuma máquina como as portentosas estruturas do governo federal ou do governo de São Paulo ou de, notoriamente, não ser o mais querido da nossa grande mídia ou de nosso baronato. É muita coisa. É coisa mais que suficiente para irrigar em meu coração um profundo sentimento de gratidão e, mais que isso, um grave sentido de responsabilidade para com nossa Nação. Modesto, mas real e grave!
A se seguir pelo conselho pragmático que avilta a política brasileira, é óbvio que o partido só tem a ganhar apresentando uma candidatura. Os partidos que disputaram, cresceram. Os que não disputaram definharam. Merecidamente, diga-se de passagem.
A se por um olho minimamente sério sobre a realidade brasileira presente, mais óbvio e moralmente mais importante ainda é a tarefa de apresentar uma candidatura à presidência!
É fato notório o mal que faz ao Brasil esta polarização amesquinhada, porém mutuamente conveniente, entre o PT e o PSDB. É a imposição ao Brasil ,por um preço cada vez mais impagável, da briga provinciana dos políticos de São Paulo. Lá eles são iguais, especialmente nos defeitos. Isto definitivamente não é verdade no Brasil!
Esta disputa pelo mero mando propiciado pelo poder, ou, pior, por seu aparelhamento patrimonialista e corrupto só garante uma coisa: o Brasil não muda na sua essência de mais desigual entre todos os países do mundo organizado! Claro que com Lula a coisa tem melhorado…Com os neoliberais acanhados do PSDB, a coisa vinha piorando…
A democracia brasileira, jovem e imperfeita como ainda é, agüenta que, ao invés de uma ampla opção arbitrada pelo povo, o jogo do poder seja decidido em gabinetes de Brasília onde a linguagem é um misto de pressões e trocas? Lembremo-nos de que, por regra, as burocracias partidárias se eternizam, o que quer dizer que basta a ação de pressão e/ou ofertas fisiológicas sobre uma mera meia dúzia de pessoas. Assim mesmo: sobre SEIS pessoas fechadas e isoladas em gabinetes de Brasília ou de São Paulo pode-se hoje definir as opções TODAS a serem “escolhidas” pelo povo nas eleições. Isto não é, infelizmente uma hipótese. É o que está acontecendo no Brasil aqui e agora. Omitir-se sobre isto é criminoso!
O sistema eleitoral prevê dois turnos por respeitar a realidade do Pais. Uma federação cheia de maravilhosas contradições! Uma realidade de grande fragmentação partidária, parte por seqüelas de uma ordem política viciada, parte, entretanto, por expressão de muitas realidades que pedem muitos olhares sobre a vida dura de nossas maiorias. As alianças se impõem e são naturais no segundo turno.
A quem interessa tirar do povo as opções que no passado recente permitiram a um sindicalista chegar à presidência? A história acabou? Não há mais o que criticar ou discutir? Oito de Lula, quatro de Dilma, mais oito de Lula é o melhor que podemos construir pro futuro de nosso Pais? A única alternativa é voltar a turma da privataria como diz o Elio Gaspari ? E estas transas tenebrosas de PT com PMDB é o melhor que nossa política pode oferecer como exemplo de prática aos nossos jovens?
O que é o PSB? Um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil? Vai se decidir isto agora.
Eu cumprirei com disciplina e respeito democrático o que decidir meu Partido. Respeito suas lideranças. Mas, tenham meus companheiros clareza: eu não desisto! Considero meu dever com o Brasil, lutar até o fim. Se for derrotado, respeito. Mas amanhã algum brasileiro mais atento dirá que alguns não se omitiram quando se quis tirar o povo da jogada.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

NILMÁRIO

Lí no blog do Nilmário Miranda uma bela mensagem com o título: "Lula lá, Nilmário aquí, Tilden no Senado..." com o seguinte conteúdo:
"Depois de um bom tempo, liguei para Tilden Santiago para lembrar de uma viagem nossa à Medina, comunidade de Aredó, onde vivemos um Lava-pés na casa de farinha. Ele será mesmo candidato ao Senado pelo PSB. Disse a ele que terá meu voto e de Stael em 2010. São duas vagas em disputa, votarei no candidato que o PT apoiar e no Tilden.... combinei um encontro para colocarmos nossa conversa em dia. Somos amigos desde 1976 quando fundamos o Jornal dos Bairros, participamos da fundação e da construção do PT.... Até hoje encontro pessoas que me chamam de Tilden, assim como ele é confundido comigo, as pessoas nos associam. Em vários momentos tivemos disputas políticas () divergências que culminaram na saída dele para o PSB. Mas a amizade acaba prevalecendo."
Nunca esqueci o Lava-pés vivido em Jerusalém nos anos 60. E agora Nilmário me faz recordar a mesma emoção vivida na Casa de Farinha de Aredó, em Medina em 1986. É uma alegria essa declaração de voto de Nilmário, Stael e Vitinho. Quantas lembranças! Jornal dos Bairros, logo que saímos da prisão política, a fundação e construção do PT, as dobradinhas, as viagens por toda Minas Gerais, a companheirada trocando nossos nomes, as disputas políticas, as prévias. Participamos do impulso nacional do PT. Minas e Contagem foram nossos cenários especiais. Aquí vim morar em março de 1975. No ano seguinte chegaram Nilmário e Stael. O Jornal dos Bairros durou de agosto de 1976 até 1983. Em 1978, chegou Durval Ângelo. O primeiro núcleo sindical dos professores nasceu na própria sede do Jornal dos Bairros. Crescemos os três na luta social, sindical, ambiental e política. Um dia, aprendi do Nilmário que a política é cruel porque ela aproxima as pessoas e ela mesma se encarrega de separá-las. Agora ela nos ensina que uma terceira fase é possível: a do reencontro, da reconciliação. É como você disse Nilmário: "A amizade acaba prevalecendo"
Acabo de  telefonar a ele e ja combinamos um almoço para colocarmos nossa conversa em dia e sobre como caminhar rumo à Câmara Federal e ao Senado.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

DE OLHO NO SEGUNDO VOTO

Publicado no Jornal Hoje em Dia de 26 de março de 2010 - Página 3 - Política
TILDEN CONFIRMA PRÉ-CANDIDATURA AO SENADO
O ex-embaixador Tilden Santiago confirmou ontem sua pré-candidatura ao Senado pelo PSB e apresentou duas pesquisas que indicaram que suas chances são reais. Tilden avalia que, por seu perfil "suprapartidário" pode ser beneficiado com o segundo voto do eleitor que, por exemplo, o governador Aécio Neves (PSDB) ou candidatos de outros partidos. Neste ano o eleitor poderá escolher dois candidatos ao Senado, já que duas vagas estão em disputa nas eleições. "Nenhuma disputa se decide antes das eleições", afirma Tilden, que contabiliza também, como bom indicativo, três milhões e trezentos mil votos que recebeu nas eleições de 2002, quando disputou pelo PT, seu partido. Estarão em disputa as vagas dos atuais senadores Eduardo Azeredo (PSDB) e Hélio Costa (PMDB), que no próximo dia 31 de março deixa o Ministério das Comunicações

CRUZ E SEPULCRO VAZIO

Sua mensagem não se sintetiza, nem termina na cruz! Infelizmente não foram poucas as espiritualidades que tentaram absolutizar a cruz, a dor, o sofrimento, como valor maior e quase exclusivo da vivência do Profeta da Galiléia, ao chegar a Jerusalém para a última páscoa celebrada com seus amigos. O pior é que esta visão equivocada, acabou afetando a caminhada de boa parte da humanidade. Quantas vidas não desabrocharam por causa desta hipervalorização da cruz!
Não existe cruz sem sepulcro vazio!
Não existe calvário sem ressureição!
Não existe morte sem retomada da vida!
Foi assim com Jesus! É assim na história humana!
Pendura-se uma curz no pescoço - é muito comum. Por que não penduramos um túmulo vazio pequenino, esculpido na madeira ou na pedra sabão ou pintado? Por que não vemos em nossas paredes um Santo Sepulcro, como vemos com frequência a Santa Cruz?
Na década de 60, eu celebrava com vários amigos, a paixão, a morte e a ressureição literalmente em Jerusalém. Tudo começava na quinta-feira à tardinha, numa grande sala no segundo andar toda perfumada e iluminada por dezenas de candelabros e cheia de almofadas (Lucas 22,12).
Mimetizando o Carpinteiro de Nazaré, que subiu à Jerusalém pela última vez, partilhávamos o pão e o vinho, reproduzindo o Seder - a céia hebráica dos Ázimos e da Páscoa - lembrança da libertaçào e saída do Egito ( Marcos, 14, 22 a 25)
Lá pela meia noite, "depois de cantar os salmos" (Mateus 26,30) atravessávamos Jerusalém e subíamos o Monte das Oliveiras (Mateus 26). Debaixo das milenares oliveiras, "prostrávamos com o rosto por terra e orávamos" ao Pai, a exemplo do Mestre (Mateus 26,39) e partilhávamos convicções, sentimentos, inspirações, comungando uma mesma visão de mundo, como irmãos e irmãs no trabalho, na vida, na luta pela trasnsformação nossa e das estruturas, na busca de uma espiritualidade nova e velha de dois mil anos.
"O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 26,41).
Acabávamos por adormecer sob as estrelas, "com os olhos pesados de sono" (Mateus 26,43) que só se abriam, quando uma coruja passava nos asustando.
Alta madrugada, quase amanhecendo, descíamos o Monte, batizado por suas árvores, contemplando a cidade sobre a qual Yeshua chorou ( Lucas, 19,41 a 44) e que suspira até hoje pela Paz. Ieroshalaim, cidade da Paz, tão sonhada e dificilmente alcançada, dilacerada por primos e irmão semitas. Mirávamos do alto, antes de atravessar o Vale do Cedron, a majestosa cúpula da mesquita islâmica, que protege a Moriah, onde Isaac ia ser sacrificado por Abraão, a esplanada do templo judeu de outrora.
 Passávamos pelas casas dos sumo-sacerdotes, Anás e Caifás, lendo no local nos evangelhos, a mediocridade perversa desses personagens, ( João 18,13 - 27) e a vacilação covarde de Pilatos, quando chegávamos ao Lithostrotos e à torre na muralha, onde ficava o governador romano e as tropas das legiões, que guardavam (?) Jerusalém ( João 18,28 a 19,22)
A sexta-feira era dedicada a uma longa via sacra pelos passos da via crucis. Mas o que me marcou profundamente era na manhã de sábado de alelúia, bem cedinho, disputar com os companheiros e companheiras de Jesus de Nazaré, quem chegava primeiro ao Santo Sepulcro (João 21 a 18)
Daí o meu fascínio e encantamento pelo Santo Sepulcro, mas vazio, pelo túmulo de Cristo vazio, símbolo da ressureição e do eterno renascimento d'Ele e da humanidade. 
Hoje, nossa Jerusalém é Contagem, BH, Minas, o Brasil, a América Latina, a terra dos homens, santuário da vida que não morre nunca.
"Ilusória seria a nossa fé, se Jesus não tivesse ressucitado" (Primeira Corintios, 15,12 a 19), dirá Paulo mais tarde. Nas suas cartas e nos atos dos apóstolos, Paulo de Tarso sabe enfatizar o significado da cruz sem desvinculá- lo da ressureição do  Messias dos Pobres e da humanidade, sendo resultado final e defiitivo, a redencão de todo o universo criado. "Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens". (Ler todo o capítulo 15 da primeira carta de Paulo aos Corintios.

domingo, 28 de março de 2010

ADEUS! FICHA LIMPA

O projeto de lei que impede a candidatura de políticos com "ficha suja" foi engavetado e como se podia prever, não se sabe quando, e, se algum dia, ele vai virar lei.
Será que foi inútil coletar as assinaturas de mais de um milhão de pessoas? De que valeu o trabalho feito pela Comissão Especial da Câmara criada para amenizar o projeto?
Apesar das mudanças, Michel Temer, que alimenta pretenções de ser vice-Presidente da República, praticamente enterrou as chances da proposta ser votada antes das eleições de outubro.
Coisas do Parlamento brasileiro, Temer alegou que seria "desastroso" a proposta ser rejeitada no plenário da Câmara, não havendo consenso entre os partidos sobre o tema.
Desastroso é ver a luta contra a corrupção virar uma grande ilusão na alma do povo. Esse mesmo povo que mostrou um brilho nos olhos, quando sonhou com um processo que tivesse continuidade, após o "fora-Collor" e a CPI dos Anões do Orçamento.
É bom lembrar também que, bem antes, o golpe de Estado de 1964 nasceu para acabar com a subversão e a corrupção. A suite dessa história todos nós conhecemos: liquidaram com a rebeldia subversiva, mas deixaram grassar com tal "tirania" que ninguém consegue capinar a erva daninha da corrupção.
Adeus! Ficha Limpa!

CARTA ABERTA AO DEPUTADO JOSÉ EDUARDO CARDOSO (PT/SP)

Fomos surpreendidos com sua decisão pessoal de não ser mais candidato a deputado federal nessas eleições de 2010. Como pré-candidato ao Senado Federal por Minas Gerais, tenho dialogado com os colegas que disputam vagas para a Câmara Federal e para a Assembléia Legislativa de Minas, de meu atual partido, o PSB, do PT e de outras siglas de todos os matizes ideológicos, sobre o seu afastamento das eleições.

Ouso, em meu nome, apesar de não ter convivido proximamente com você, em meus quase 30 anos de petismo e de lulismo e em nome de inúmeros mineiros, seus admiradores, especialmente do PSB, solicitar que continue a fazer política na luta parlamentar, reconsiderando a sua decisão pessoal que respeitamos e tentamos entender.

Durante a resistência à ditadura, muitos de nós, por mais de duas décadas, fomos obrigados a fazer política fora da institucionalidade. Política para nós era sinônimo de ação transformadora da realidade, de exemplo e convencimento para que o povo brasileiro abraçasse a utopia da revolução. Resistimos como perdemos e aprendemos com erros e acertos.

Você sabe que nos tempos de democracia, o “povo brasileiro”, no sentido que dava a essa expressão, o saudoso Darcy Ribeiro, só consegue perceber a política no processo eleitoral, na sabedoria e na malandragem dos partidos e dos políticos, quando disputam eleições ou quando governam e administram e quando criam e constroem partidos legais.

Conhecemos você pela sua maneira de agir no governo Erundina na capital paulista, nas CPIs do Congresso Nacional, na Câmara de Vereadores de São Paulo, nos embates internos do PT. E é com base nesse conhecimento que pedimos para você reconsiderar sua decisão.

Também nós acreditamos numa reforma política com influência da sociedade brasileira, uma pressão de fora para dentro do Parlamento. Mas as forças sociais do Brasil inteiro precisam de quadros como você, com a sua experiência parlamentar e de vida dentro do aparelho de Estado legislativo, na construção de uma autêntica reforma política.

Muita coisa apareceu na imprensa mineira sobre o seu gesto. Cristóvam Buarque questionou: “Saída honrosa? Honrosa, mas ruim para o Brasil”. O presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró, ex-senador e ex-ministro, viu na sua desistência um “sintoma de enfermidade grave na vida institucional brasileira”. Qual papel de nossos partidos políticos e governos face à essa enfermidade? É bem verdade que com seu gesto você mexeu com a consciência da Nação, à esquerda, à direita e ao centro, pouco importa. Vale porém, muito mais sua permanência na institucionalidade parlamentar. Sabemos que é tão difícil lutar nas montanhas como no quotidiano da vida legal republicana. E gostaria tanto de encontrá-lo no Congresso Nacional! Quando você lá chegou, Lula me mandou para Cuba. Pena que você não foi aproveitado como quadro majoritário! Quadros que atuaram nas CPIs com a sua garra, que não roubaram nem acumularam riqueza ao cuidar da res pública, se tornaram imprescindíveis no Parlamento, especialmente na reforma política. Nós que buscamos um espaço político institucional nessas eleições, somamos com a sua visão e objetivos, eleitos ou não. Experimentamos na pele nesse processo eleitoral, tudo que você percebeu e denuncia e enfrentamos um processo eleitoral que virou um mero arranjo de reservar espaço de poder para quem já o ocupa pela força ou pelo dinheiro. Você tem razão.

Quem dera que o movimento histórico iniciado no “fora-Collor” e contra os anões do orçamento, quando cheguei ao Parlamento em 1990 com Aloísio Mercadante, tenha continuidade. Será que foi só um sonho que necessita ser de todos?

Nossa ousadia é manifestada com todo respeito a seu foro íntimo e pessoal.

Saudações socialistas e democráticas de minha parte e de meus amigos de Minas.

Tilden Santiago

quinta-feira, 25 de março de 2010

EDUCAÇÃO POLÍTICA

A Fundação João Mangabeira e o PSB mineiro insistem em dar continuidade a seminários de educação política afora. Na semana passada foi a vez de Formiga receber esta caravana politizante integrada por Guida, Vera e Xandão. E no próximo fim de semana, o destino é o Vale do Aço. E assim essa peregrinação da cultura política vai se expandindo, semeando idéias, esclarecendo as mentes e consolidando convicções e vontade de fazer política.
Isso acontece, num momento em que se tenta impedir que o processo eleitoral se transforme numa grande aula política nacional. O caráter plebiscitário que se tenta imprimir no atual momento político é a negação da discussão, do debate, da reflexão sobre o Brasil pós-Lula.
Pesquisa do Ibope revela que 12,5%  é o percentual de eleitores que pretendem votar na pessoa indicada por Lula, e, ao mesmo tempo, declararam voto em José Serra. Sem comentário!

sexta-feira, 19 de março de 2010

TUCANOS E PETISTAS PAULISTAS

Os tucanos paulistas estão num beco sem saída. No mínimo não se opuseram ao caráter plebiscitário das eleições presidenciais articulado pelos petistas paulistas.
Ambos, tucanos e petistas paulistas, buscavam um atalho, um caminho mais fácil na disputa do Planalto: evitar a discussão política, o debate democrático aberto a todos os partidos, reduzindo a disputa a duas siglas, a dois nomes. E o pior, sem pensar no futuro, no Brasil pós-Lula, olhando para traz, examinando os governos FHC e Lula.
O governador Aécio Neves foi o único tucano a se opor com firmeza, contra o plebiscito. E dada a força do Presidente Lula, a conotação plebiscitária das eleições de 2010, vai crescendo e corroendo a política brasileira. Apesar do posicionamento contrário de Ciro Gomes, Marina Silva e de Aécio Neves.
Grande parte do PIB brasileiro é operado na Avenida Paulista, eles se habituaram a dar as cartas nas decisões políticas. Aceitaram ou engoliram Lula por causa da Carta ao Povo Brasileiro e pelo avalista na vice-Presidência, José de Alencar.
Essa parte substancial do PIB nacional, contribuiu para que não houvesse prévia entre Aécio Neves e José Serra. Agora está constrangida, diante da possibilidade de derrota de Serra e ascensão ao Planalto de uma mulher ex-guerrilheira urbana. O que fazer agora.
A Avenida Paulista tem duas saídas: ou se contenta com um Meirelles na vice, ou exige que Serra continue em São Paulo. Mas quem vai aceitar na última hora disputar com a Dilma do todo-poderoso Lula? Aécio Neves? Pode ser, mas enquanto isso não acontece, a Avenida Pauista continua num beco sem saída. O Plebiscito dos petistas e tucanos paulistas vai minando o Brasil, a democracia e a soberania do povo brasileiro, no sentido que dava a essa expressão, o saudoso Darcy Ribeiro.
Acabo de encontrar um velho amigo, o ex-ministro Camilo Penna. Fico feliz de saber que ele, com sua sabedoria, concorda com essa análise e argumentação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

PSB - Harmonia da Fundação João Mangabeira e da Direção Nacional

O atual momento político brasileiro tem a sua complexidade. Não é um tempo de guerra, mas não deixa de ser um tempo sem sol: os donos do dinheiro ainda predominam, ricos reclamam, apesar de comtemplados, diferenças sociais e regionais perduram, apesar de alguns avanços, considera-se crise econômica (cíclica) mera "marolinha" e desconhece-se a grande crise do planeta, parece que não existe uma grave problemática sócio-ambiental que afeta a vida. A corrupção campeia, o poder econômico ainda domina o processo eleitoral, que se desdobra sem projeto de Nação, de Brasil pós-Lula, de sociedade, de comunidade, sem debate político, sem discussão, completamente dominado por projetos de poder pelo poder e reduzido a um plebiscito entre dois partidos, entre dois nomes impostos. Tem razão o sábio, que perguntado sobre o Brasil de hoje, respondeu sem pestanejar: "Tem mais gente no barco, graças a Deus, mas não temos destino, não temos rumo."
Como se comportam os partidos políticos diante dessa realidade? Cada um, com sua visão de mundo, sua ideologia, seu acúmulo teórico e de prática política tenta responder.
Nós do PSB mineiro, estamos embalados na utopia do socialismo democrático e quem sabe, comunitário, como proclamam os bolivianos. Utopia existe para que não paremos de caminhar.
Importante, a meu ver, para encarar a situação, essa sintonia entre a Fundação João Mangabeira e a Direção Nacional do PSB. Graças a ela, acabamos de viver um seminário internacional que mostrou, com profundidade, experiências socialistas chinesa e de governos de esquerda em países capitalistas: Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai, Venezuela. Minas enviou a maior delegação para o seminário que se realizou no Rio.
De uns meses para cá, a Fundação João Mangabeira patrocina Seminários de Formação Política nas diversas regiões de Minas, preparando seus quadros para uma real prática política partidária e administrativa após eleições.
Essa revitalização do PSB mineiro, através da formação política, se dá graças à volta à militância de Guida e Xandão. Os dois juntamente com a professora Vera Alice, tem ministrado os seminários com sabedoria.
Xandão, além da Formação Política, é membro da Direção Estadual, cuidando da tesouraria.
Como se vê, o PSB entra no processo eleitoral com seus candidatos, inclusive com Ciro Gomes para Presidente, mas não deixa de lado a modernização e revitalização do partido político. Brevemente, atingiremos em Minas a vitalidade do PSB nordestino.

EXPERIÊNCIAS SOCIALISTAS DE GOVERNOS DE ESQUERDA EM PAÍSES CAPITALISTAS

Mais de 700 filiados e militantes do PSB participaram de um Seminário Internacional realizado no Rio de Janeiro de 11 a 13 de março. Tema: "As experiências socialistas chinesa e de governos de esquerda em países capitalistas: Brasil, Bolívia, Chile, China, Equador, Uruguai, Venezuela."
Quando o atual momento político brasileiro se afunda num processo eleitoral, onde a política é engolida por um plebiscito, que anula a discussão, o debate, a pluralidade inteligente de propostas, a Fundação João Mangabeira e a Direção Nacional do PSB organizou um seminário internacional de alto nível.
As apresentações de cada país primaram pela profundidade das análises feitas pelos representantes, agentes e participantes das diferentes experiências examinadas.
O ponto alto do encontro, a meu ver, foi a apresentação da Bolívia. A Senadora Leonila Zurita Vargas e dois companheiros mostraram a caminhada de seu povo liderada por Evo Morales. Alguns aspectos chamam a atenção: 
-O socialismo é domocrático e COMUNITÁRIO.
-Os povos indígenas do Altiplano são os principais agentes dessa revolução em andamento, que enfatiza as culturas indígenas.
-Presença incisiva das MULHERES reunidas numa Federação Nacional.
-A refundação do país exigiu 15 anos de lutas.
-Busca-se a pontencialização de todas as províncias e uma forte aliança entre elas.
-A soberania do Estadoé política e econômica.
-Consolidação dos poderes locais.
-Uma nova Constituição muda direitos e estabelece prioridades.
Parabéns para a Direção Nacional do PSB, e à Fundação Joaão Mangabeira.

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 100 ANOS

Hoje comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data decidida em 08 de março de 1910, durante uma conferência na Dinamarca a partir de uma tragédia ocorrida 63 anos antes, nos Estados Unidos em 08 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Yorque fizeram uma greve, reinvidicando redução da carga horária de trabalho de 16 para 10 horas diárias, melhores condições de trabalho e equiparação de seus salários com o dos homens. Elas recebiam 1/3 do sálário deles. Os donos da fábrica em represália, as trancaram dentro do pavilhão e o incendiou. 130 morreram.
A data cravou na consciência da humanidade a enorme discrepância das condições de trabalho entre os sexos, a grande necessidades de ampliação dos direitos das mulheres, deixou a mostra as questões da violência e o desrespeito ao chamado sexo frágil.
Depois de um século de lutas, sem armas, sem fileiras, sem violência, uma luta diária, silenciosa, em que todos os dias as mulheres se firmam cada vez mais vencedoras da batalha começada por aquelas que pereceram na tecelagem em Nova Yorque.
Hoje, jovens a muito tempo ou recentemente, somos lindas, somos fortes, somos mães, sogras, filhas, irmãs, esposas e namoradas eternas ou por uns dias. Ao mesmo tempo em que nos despontamos cada vez mais no mercado de trabalho, com naturalidade, certas de que podemos aliar nossos papéis fundamentais nas tarefas domésticas comuns a competência e desenvoltura profissional. Ainda não conquistamos tudo, mas o melhor ganho de nossas lutas até agora, é a certeza de que: sempre a escolha é nossa. Temos agora o poder de decidir. A vida só nos é imposta por Deus, as escolhas diárias são impostas por nossas consciências. E a partir dessas escolhas, determinamos o caminho do mundo, pois o mundo está sempre a nossa volta, dentro de nossa casa entre nossos filhos e maridos, amigos e parentes. Somos profissionais capazes de pilotar aviões de manhã e preparar mamadeiras a noite. Podemos ensinar física quântica numa universidade e depois ir para casa arrumar a cozinha, ou dirigir ônibus, ou qualquer que seja o trabalho, sempre convivemos com a dupla jornada, construindo duas vezes o mundo, um para todos, outro para nosso ninho. O mundo está em nosso coração, no amor que irradiamos, na força, na coragem, coisas que são tão importantes para as mulheres quanto para os homens, a construção do mundo a partir do amor.
Parabéns a todas as mulheres.
Para Nadir e todos os amigos da Méritus


domingo, 28 de fevereiro de 2010

AÉCIO, PRÉ CANDIDATO A PRESIDÊNCIA

Aécio Neves a Antônio Anastasia estiveram no Parque do Rio Doce neste fim de semana. Demonstraram nítido interesse pelos temas ecológicos, inclusive a biodiversidade de Minas e deste Parque. 
Apesar da disputa eleitoral em andamento, estavam sorridentes e tranquilos. Demonstravam esperança nos olhares. Anastasia confiante na força de Aécio Neves e na sua própria capacidade de buscar até outubro o voto dos mineiros.
Aécio não passa a impressão de já ter jogado a toalha com relação a Presidência da República. Ele bem sabe que José Serra vive preocupado com o fato de pensar o eleitor mineiro  ser Serra o responsável, caso Aécio não seja candidato ao Planalto. E Serra sem os votos dos mineiros, dificilmente seria eleito. Aliás a preocupação e o tema do governador paulista devem ter crescido com as últimas pesquisas.
José Serra não escondeu essa sensação de temor ao dialogar, há uns 15 dias, com empresários mineiros. Aqueles que vivem mais próximos do governador mineiro, estão certos que Aécio não será vice de Serra. Até porque, disputar a presidência, e não eleger-se é compreensível. Mas ser vice e perder não tem significado algum. O que o embala porém, é a possibilidade de vitória de Minas com ele presidente. Aécio candidato a presidente, assim como Ciro, revoluciona o processo eleitoral plebiscitário.

PARQUE DO RIO DOCE

A biodiversidade mineira, ela se expressa de modo intenso no Parque do Rio Doce. A nata da luta ambiental em Minas, ambientalistas das ONG's, de órgãos públicos, das universidades acabam de realizar um encontro naquele local. Preciosas contribuições nos debates foram oferecidas pelos professores Francisco Borges e Apolo Heringer da UFMG, pelo Secretário José Carlos de Carvalho, por Dalce Ricas da AMDA, por Paulo Romano, pelo professor Roberto Scofforo da Ufla, pelo Coronel Itamar e seu colega Tenente Coronel, José Cláudio Junqueira e outros ambientalistas mineiros.
O encontro terminou com a entrega de uma carta ao governador Aécio Neves e ao vice Antônio Anastasia. Ambos manifestavam interesse e empatia com os temas ecológicos abordados. Foi comemorada a melhora dos novos equipamentos do Parque Rio doce. Dom Helvécio Gomes de Oliveira, o segundo Arcebispo de Mariana, que "imperou" na Arquidiocese e em Minas de 1922 a 1958, com mão forte, teve a sensibilidade de impulsionar a criação desse parque e a preservação da Lagoa  do Bispo. Dizem as más línguas que Getúlio e JK não tomavam nenhuma decisão com relação a Minas, sem telefonar e consultar o velho Arcebispo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

PRÉ-CANDIDATO AO SENADO ESTAMOS NA DISPUTA

Sucessão estadual e a corrida pelas duas vagas de Minas ao Senado foram objeto de uma pesquisa da Sensus, publicada pelo Hoje em Dia desta sexta feira, 19 de fevereiro de 2010.
Pré-candidato ao Senado pelo PSB, citado em dois dos três cenários apresentados pela Sensus, no  mesmo dia comparecí ao TRE e assinei um requerimento nos seguintes termos:  "Venho perante Vossa Excelência solicitar, como interessado, a cópia completa do resultado da pesquisa Sensus registrada neste Tribunal sob protocolo 5989 de 08/02/2010." Fui  muito bem recebido pela Secretária Judiciária Eliana Galluppo e sua assessora Bárbara.
Aguardo deferimento do Eminentíssimo Desembargador e, de posse dos dados completos da pesquisa Sensus, pretendo comentar exaustivamente todo o conteúdo para os amigos deste blog.
Confio no alto senso profissional do Jornal Hoje em Dia, onde dirigem e militam dezenas de colegas jornalistas liderados por Carlos Lindemberg e no Instituto de pesquisa Sensus, sob o comando de Ricardo Guedes.
Antes mesmo de um comentário mais global, mostro os três cenários para o Senado com algumas observações:
CENÁRIO A
Aécio Neves (PSDB) 37,7%
Patrus Ananias(PT) 19,7%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Tilden Santiago (PSB) 4,0%
Indecisos, brancos e nulos 27,5%
CENÁRIO B
Hélio Costa (PMDB) 29%
Patrus Ananias (PT) 21%
Tilden Santiago(PSB) 11,6%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Indecisos, brancos e nulos 33,8%
CENÁRIO C
Itamar Franco (PPS) 24,2%
Patrus Ananias (PT) 22,0%
Clésio Andrade (PR)13,5%
Indecisos, brancos e nulos 35,3%
OBSERVAÇÕES:
1) Na corrida pelo Senado, Aécio Neves lidera na expontânea com 7,2% contra 2,6% de Alencar. Na estimulada, o governador teria 37,7% contra 29% de Hélio Costa. Nenhuma surpresa. A pesquisa não incluiu José de Alencar na estimulada para Senador.
2) A influência negativa da imposição de caráter plebiscitário também acontece na disputa do Senado no Brasil em geral. Em Minas, onde os partidos e políticos prezam a arte de fazer política democraticamente, tal contaminação parece não ocorrer. A possível disputa entre Aécio e Alencar pelo primeiro lugar, rumo ao Senado, não confuguraria plebiscito. A pesquisa Sensus não aborda essa preocupação.
3) O aparecimento dos candidatos do PSB, Tilden Santiago e do PR, Césio Andrade, e Itamar Franco do PPS, em terceiro, quarto e primeiro lugar respectivamente, comprovam também a
segunda observação acima,  que anula a influência do plebiscito na luta pelo Senado em Minas.
4) Além do PT e do PSDB - diretamente envolvidos na manobra do "plebiscito" - o PMDB também se beneficia deste artfício político. Mas seus nomes, Aécio Neves, Patrus Ananias e Hélio Costa emergem na pesquisa mais pela força de histórias pessoais, o mesmo acontecendo com Itamar Franco, sendo que este nem se envolve com o plebiscito.
5) Outro argumento que mostra uma aversão em Minas pelo plebiscito que se tenta impor é o aparecimento de José Fernando, candidato do PV ao Palácio da Liberdade em dois dos cinco cenários montados na pesquisa na disputa para o Governo do Estado.
6) Em princípio, todos os nomes sinalizados já estão na disputa pelas duas vagas de Minas no Senado: Aécio Neves, Hélio Costa, Patrus Ananias, Itamar Franco, Tilden Santiago e Clésio Andrade. De todos eles, o pré-candidato do PSB, Tilden Santiago, é o único que coloca o foco exclusivamente na vaga do Senado, e desde o lançamento de sua pré-candidatura há dez meses atrás pelo PSB. Todos os demais trabalharam ou trabalham primeiro em função da Presidência ou Vice-Presidência da República, em vista de ser governador ou vice. O Senado parece ser encarado como um prêmio de consolação para quem não conseguiu candidaturas tidas como mais importantes e ou de maior peso político.
7) É natural que o nome de Fernado Pimentel tenha sido considerado nesta pesquisa unicamente em função do governo do Estado. Desde que saiu da PBH, Pimentel trabalha para ser governador de Minas e se perder na disputa interna para Patrus ou Hélio Costa, ele objetiva coordenar a campanha de Dilma Rousseff e em caso de vitória da candidata de Lula, ser Ministro de Estado. Mas não devemos anular a possibilidade de no arranjo final, Pimentel aparecer como candidato a Senador ou, o que é mais provável, como deputado federal puxando voto para uma grande bancada de petistas e do PRB. Mas o objetivo de Pimentel é ser governador.
O mesmo pode ser imaginado com relação a José de Alencar. Esses oito anos de vice-Presidência e sua postura diante do câncer, da vida, da morte e de Deus, o credenciaram junto a opinião pública mineira para ser candidato à função que quiser. Para governador  ou senador ele depende do parecer dos médicos, da família e de Lula. Não acredito que Lula com o poder que tem hoje, e com sua sensibilidade, apoiará uma disputa entre Aécio e José de Alencar, com o risco para o vice-Presidente de não ser o mais votado em Minas, ou mesmo de ser menos votado que Aécio Neves. No meu entender o mais provável é que José Alencar se candidate a governador ou a deputado federal.
8) O ex-prefeito Fernando Pimentel frequentemente destaca o fato de existir no eleitorado mineiro uma larga faixa que opta pelo "lulécio". Quem vai tirar proveito desse eleitorado: o próprio Pimentel? Anastasia? Hélio Costa? Esse escriba parcialmente?
Essa questão do "lulécio" e as possibilidades de Antônio Anastasia rumo ao Palácio da Liberdade não são devidamente trabalhadas nesta pesquisa. Aguarde o comentário da leitura da totalidade da pesquisa Sensus.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MARINA

Marina Silva (PV-AC) veio a Belo Horizonte no Carnaval e fez três observações que chamam atenção:
1)A população não deve aceitar plebiscito, disse ela, criticando o viés eleitoral imposto com uma polarização forçada entre PT e PSDB: "Fazer um plebiscito entre Lula e FHC é como se esquecêssemos que as coisas boas devem ser integradas, mas muitas coisas negativas precisam ser corrigidas". De fato estamos diante de uma diminuição da disputa eleitoral de 2010, que deixa de ser uma grande aula política.
2)Meio ambiente e desenvolvimento sustentável nunca podem ser bandeiras únicas de seu projeto de governo "Ele deve estar na educação, na infra-estrutura, na inovação tecnológica, em todos os aspectos da vida. Quem pensa em meio ambiente como samba de uma nota só, ainda não entendeu o que está acontecendo no mundo".
3)Marina vê como positiva a possibilidade de os partidos políticos receberem doações de pessoas físicas via cartão de crédito. Pelo menos até ser aprovado o financiamento público para evitar qualquer tipo de desvio.  "O ideal é que tenha muitas pessoas contribuindo com pouco, em lugar de poucos contribuindo com  muito". Marina Silva e Ciro Gomes peregrinam pelo Brasil, como profetas, falando no deserto. Aqui e acolá, existem caminheiros nesta areia quente que os escutam. Beduínos latino-americanos que um dia serão multidão!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

ZÉ ALENCAR

 Foto: Audiência de Ordens - Após cerimônia o vice-Presidente José de Alencar concede audiência ao Embaixador Tilden Santiago. 16/12/2009
O nome do vice-Presidente emerge com força para governador de Minas. Gilberto de Carvalho, o político mais próximo de Lula e José Eduardo Dutra, Presidente Nacional do PT acabam de defender sua indicação. Ambos certamente estão dando o recado do Presidente Lula.
Há poucas semanas, visitei José de Alencar em Brasíia, mais como amigo do que como pré-candidato do PSB de Minas ao Senado. Fui congratular-me com ele pela regressão dos tumores. Mas dois políticos mineiros, quando se encontram, não conseguem silenciar sobre política.
O vice-Presidente me disse que existem dois pareceres que condicionam sua participação nesse processo eleitoral: de seus médicos e de Lula.
Lamento que sua candidatura seja vista quase só pelo ângulo da unidade da base do governo em Minas. Lamento também a pressa desreipeitosa com que alguns se oferecem para ser candidatos a vice-governador.
Seria realmente uma honra e um bem inegável para o povo mineiro tê-lo no Palácio da Liberdade, não só como instrumento de unificação das forças do governo, mas pelo que ele é.
Conhecí José Alencar na Fiemg em meados dos anos 70, quando saí da prisão política e fui trabalhar no Diário do Comércio, entrevistando-o como repórter, graças ao saudoso José Costa, seu grande amigo. Cobria na época, reuniões das classes produtoras, como se dizia: Fiemg, Associação Comercial, União dos Varejistas, CDL.
Em 2002 participei do grupo de petistas mineiros que levou seu nome a Lula. Jamais esquecerei o dia e as circunstâncias em que as coisas se amarraram definitivamente. Voltávamos com Lula da CNBB para o apartamento funcional dos deputados federais meus colegas, Jair Meneghelli e Paulo Rocha. Lula já havia jogado a toalha, com relação a Alencar na vice. Foram retomadas as negociações com a presença dos líderes do PT e do PL. Tudo acabou em festa, Lula, Alencar e Waldemar da Costa Neto presentes.
Acostumei a visitar Alencar sempre que vinha de Cuba a Brasília, para saborear a sabedoria desse mineiro que o Brasil viu crescer como líder empresarial e político.
Passei 12 anos em seminários em Mariana, em Roma e Jerusalém. Viví dez anos como padre-operário testemunhando o evangelho nas fábricas, nos sindicatos, nas favelas. Mas hoje, eu é que me sinto evangelizado por José Alencar, quando ele fala do câncer, da morte, da vida e de Deus. O Zé sabe confiar no Clementíssimo, sem deixar de fazer sua parte na luta pela vida, dele e dos brasileiros. Visto a túnica festiva para lhe dizer, Zé Alencar, como um novo salmista: "Você que habita ao amparo do Altíssimo,/ e vive à sombra do Onipotente,/ diga à Javé: Meu refúgio, minha fortaleza,/ meu Deus, eu confio em Ti." (Salmo 91,1s)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DRA. ZILDA ARNS: A TERRA E A SEMENTE Divino Advincula*

Gostaria de iniciar estas breves reflexões citando um autor de minha língua: Fernando Pessoa. Diz ele que: "Cada coisa a seu tempo./Não florescem no inverno os arvoredos,/Nem pela primavera/ Tem branco frio nos campos."
Ele parece refletir à nossa "incerta vida". Ponto.
Lí com espanto e dor sobre a morte da Dra. Zilda Arns. Espanto porque existem pessoas que de tanto nos acostumarmos a citá-las, a ler sobre os trabalhos que executam e a estudar suas palavras, jamais morrem. E digo morrer no sentido de que estaremos daqui para sempre revirando e tentando inovar sobre os ensinamentos que ficaram. Não é tarefa fácil, é coisa dolorosa quando a natureza mostra sua força através, no caso de morte; na mesma intensidade quando, diante da fatalidade, nos obriga a vida com toda complexidade e obrigações. Dor, porque toda perda nos conduz a vários caminhos: mergulhar nos labirintos daquilo que se foi; entender os meandros do que não temos mais por perto; decifrar polifonias, deixar o coração chorar, abraçar com saudade todas as lembranças possíveis. Dizia Foucault que "o pensamento não é coisa de especialistas, mas um exercício de vida." E é com essa expressão e a poesia do Pessoa que tratarei de amenizar a minha dor e e o meu espanto.
A vida da Dra. Zilda nos aponta para o real exercício da generosidade e da determinação crítica de praticar o bem, tudo isso como possibilidade ética pessoal e social no leque de escolha dos caminhos que o mundo, na sua vastidão, oferece. A opção da Dra. Zilda Arns foi coisa de gente grande dedicada a causa das crianças brasileiras e de tantos outros lugares. Falar sobre os frutos colhidos e por colher seria pretencioso demais, até porque, de tão grande é a sua produção, pouco saberia ou ousaria escrever sobre a extensão de todo esse trabalho. Prefiro pensar sobre a terra e a semente. Aquela que cai sobre o chão fértil e germina e, ainda, aquela que é adubada pelo amor ao próximo e pelo respeito à vida em todos os sentidos expressos pela existência feliz e saudável. São esses encontros entre boa semente e terra fertilizada de vida que nos revigoram agora e sempre.
No distante Porto Príncipe, no paupérrimo Haiti, Dona Zilda marcou mais um encontro com o seu destino: nos revigorar e levar sua mensagem de esperança trabalho duro no sentido de resolver questões sobre a desnutrição infantil e instrumentalizar pessoas e organizaçãoes para combater o analfabetismo das mães dessas crianças. Num dia, quase anoitecendo, Dra. Zilda silenciou enquanto a terra gritava. Contudo seu silêncio foi apenas uma pausa para que chorássemos um pouco. Logo a terra continuou a dizer que gritava, que corria, que tinha filhos para cuidar. E Dra. Zilda Arns voltou a falar e a nos fazer sorrir diante da vida, do outro, do mundo e das circunstâncias adversas. Não há, imagino, o que fazer senão olhar para o seu exemplo e arregaçar as mangas.
*Professor, jornalista, fotógrafo, pós-graduado em Comunicação Empresarial e Mestre em Educação e Cultura e Organizações Sociais.