quarta-feira, 23 de junho de 2010

MATEUS PRADO PLANEJA NOVOS EMPREENDIMENTOS PARA O HENFIL

Transcrito do Jornall Tempo Real www.jornaltemporeal.com.
Redação - junho 21, 2010 em 3:00 pm
Na semana passada, Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil, e Paulo de Tarso Côrte, diretor executivo da entidade, mantiveram contato com Tilden Santiago, ex-embaixador brasileiro em Cuba. O encontro aconteceu em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, e serviu para apresentar ao ex-embaixador, os planos do Instituto Henfil de estabelecer-se em Havana, capital de Cuba, para desenvolver projetos de intercâmbio educacional e cultural com alunos e professores cubanos.
Tilden Santiago é padre operário, filosofo e jornalista. Foi militante político da Aliança Libertadora Nacional (ALN), preso e torturado durante a ditadura militar. Na democracia, Tilden foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, deputado federal por três mandatos e, em 2002, no início do primeiro governo Lula, assumiu o comando da embaixada brasileira na ilha cubana.
Terminado o encontro, Tilden Santiago disse que é muito oporturna e feliz a idéia de Mateus Prado. Segundo ele, em esporte, cultura, saúde e educação, Cuba tem muitos acúmulos e conhecimentos que precisam ser compartilhados com povos de outras nacionalidades. “A proposta do Henfil de estabalecer intercâmbios com os cubanos é um caminho que pode abrir inúmeras possibilidades de aproximação entre os povos dos dois países”, disse Tilden.
Após o encontro, Mateus Prado disse que estava muito confiante e que, agora, com o apoio de Tilden Santiago está muito entusiasmado com a possibilidade de levar o Instituto Henfil para Cuba. Será uma oportunidade ímpar para a aproximação e o intercâmbio com alunos e professores cubanos que, apesar das condições políticas cubanas, são um exemplo para o mundo para a formulação e a implementação de políticas públicas de caráter social.
Mateus Prado e Tilden Santiago combinaram uma agenda em comum para tratar do assunto. Nos próximos dias, ambos serão recebidos na embaixada cubana em Brasília para agenda com o embaixador e com a coordenadora política do governo cubano no Brasil.

terça-feira, 8 de junho de 2010

J. B. Libanio

Hoje é domingo: 06 de junho. Minha primeira leitura espiritual do dia é ler Padre Libânio, como faço todo domingo em O TEMPO. Seu texto de hoje é uma denúncia profética de uma mídia, que não é totalmente mentirosa mas peca por um “extremismo unilateral”.Ela só enfatiza o negativo, passando a imagem de que nada existe de sadio em nosso pais: a violência, os crimes hediondos, o sexo, a pedofilia, os abusos e crimes de nossos líderes políticos, padres, pastores e ministros religiosos. Enfim, a pauta de cada noticiário acaba sendo só uma ladainha de banalidades, criando um vazio, quase só retratando “o triste da condição humana no que ela tem de pior”. Sua constatação, Mestre Libânio, tocou profundo dentro deste jornalista, professor de comunicação, filósofo e teólogo, hoje pré-candidato ao Senado Federal que bebeu em Roma da sua espiritualidade e sabedoria. Sua e de Marcelo Azevedo, Pe. Mendes (Dom Luciano) Müeller, João Bosco, Danti, Zandonà, Dom Guardagnino, os irmãos Marchi, Monnerat, Aquino, Pedreira e tantos outros jesuítas, co-irmãos seus, que nos anos 60 passaram pelo Concílio Vaticano II e pela cidade eterna.O profeta, em primeiro lugar, denuncia o mal com firmeza. Mas, apóstolo da alegria, Libânio, qual Paulo de Tarso, nos convida a olhar com profundidade a mídia e tudo que acontece no mundo, “mantendo esperança no ser humano e descobrindo a luz fulgurante em meio à escuridão fotografada” com tanta insistência.
Você tem razão, Libânio: “A política como exercício humano fundamental vem sendo destruída pela informação extremada”. E gostaria de acrescentar pela omissão de fatos e interpretações necessários à devida compreensão dos fenômenos humanos. Agora, por exemplo, nada ou quase nada se fala sobre o carácter nocivo, prejudicial para o povo, antidemocrático, dominador, excrudente desse processo plebiscitário, bipolarizado da disputa presidencial, imposto pela cúpula política dos petistas, tucanos e peemedebistas paulistas. Infelizmente com a anuência e submissão do restante das forças políticas. Mas esse é só um exemplo, e atual, que além de Ciro Gomes, Aécio Neves e Marina Silva, vitima o próprio eleitorado brasileiro, impedido de um debate mais amplo, politizante e enriquecedor sobre a República. Ilude-se o comunicador que pensa inverter a cultura de geração apenas com a informação. Sobretudo se for tendenciosa, unilateral prá-baixo, sem esperança. Libânio tem razão: É preciso “beber nas fontes do passado”. A sabedoria não se constrói e fomenta, da noite para o dia, em uma só geração, embriagada e entupida de qualquer informação em excesso. A filosofia, a espiritualidade, a escola são indispensáveis, especialmente para o comunicador: “Como falar da virtude, do bem, da verdade, dos valores, sem antes ler, conhecer os clássicos da filosofia, das tradições religiosas? Cada geração não inventa a cultura. Bebe nas fontes do passado”.
Obrigado Libânio

sábado, 5 de junho de 2010

PSB DE MINAS: Soberania pela base

O PSB será o único partido mineiro a decidir em Congresso Estadual, no dia 27 de junho, com a participação de cerca de 400 delegados, seu rumo  em Minas Gerais nessas eleições. As Comissões Municipais Provisórias do interior têm até o dia 20 de junho para realizar Congresso Municipal, levando a militância e filiados da base socialista mineira a eleger delegados e debater as eleições em Minas, inclusive possíveis alianças que nos são oferecidas. Tal movimentação das bases foi planejada pela Direção Estadual comandada pelo presidente, deputado Wander Borges com a aquiescência da Direção Nacional. Uma decisão que ser tomada, a rigor, por duas dezenas de dirigentes e de líderes, passará pelo debate entre 400 delegados eleitos democraticamente em nossas bases.
O PSB obeserva, sem se posicionar, as disputas travadas entre Patrus e Pimentel pela cabeça de chapa e agora entre Helio Costa e Fernando Pimental. Respeitamos os nomes propostos pelo PMDB, pelo PT e PSDB. Mas o que nos interessa, na busca desse rumo de aliança em Minas, visando contribuir na eleição do governador é discernir o que é bom politicamente para o povo mineiro e para o PSB de Minas. No dia 27 já saberemos os nomes dos candidatos que se apresentam. Mas nós debateremos política, projetos se houver, administração do Estado olhando Minas pós-Aécio - naturalmente podendo haver observações sobre as pessoas que lutam afoitamente pelo Palácio da Liberdade. Entramos na arena eleitoral com candidatos a deputado federal, estadual e para o Senado, este escriba. Lutamos por integrar uma chapa majoritária. Nossa esperança é consegui-lo. Mas disputaremos mesmo com candidatura avulsa se for necessário, porque valorizamos dirigentes  e base, a independência e a soberania do PSB mineiro. É a nossa contribuição para a construção democrática hoje, caminho que nos levará ao Sociaismo com liberdade a ser instalado no futuro das Minas e dos Campos Gerais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quatro Vítimas

Quem se opôs ao caráter plebiscitário das eleições de 2010 não pôde disputar  a Presidência  da República. A primeira vítima da bipolarização do processo eleitoral presidencial foi Aécio Neves, que tinha boas chances de concorrer e sair vitorioso. Ciro Gomes (PSB), em condições favoráveis como seu amigo Aécio, foi a segunda vítima. A terceira vítima será Marina Silva,  candidata, graças a sua coragem, ousadia  e firmeza política de seringueira, ambientalista, socialista e guerreira da floresta. Resta saber como e quando vão trucidar a discípula e herdeira de Chico Mendes. É bom lembrar que a  Constituição Cidadã de Ulysses Guimarães estabeleceu eleições em dois turnos reais e não formalmente como está acontecendo. Mas a verdadeira vítima desse processo plebiscitário, sem discussão política do Brasil pós-Lula é a nação brasileira. É isso aí!

Alfredo Bosi

A Carta Capital nº 598 de 2 de junho, ainda nas bancas, divulga uma entrevista de Alfredo Bosi- professor emérito da USP que merece ser lida e relida. É um estudioso do combate à dominação ideológica.  Analista das obras do filósofo Francis Bacon, Montesquieu, Condorcet,  Hegel, Simone Weil, Antonio Gramsci, Celso Furtado, Joaquim Nabuco e Machado de Assis, Bosi os vê como opositores às ideias que construíram a escravidão, a pobreza, a incultura, o stalinismo, a estupidez... A entrevista nos incita a ler seus livros, para melhor entendermos o tema da ideologia e da contraideologia. Durante a ditadura militar, ele consolidou a ideia de que a nossa tinha sido uma cultura oprimida desde a colonização. É a melhor interpretação que já li sobre o período do golpe de 64 até nossos dias. Ele viveu e entendeu as evoluções e contradições da história social e política deste período, especialmente no que tange o papel da esquerda no Brasil. É o que existe de melhor em nossa literatura histórica quanto aos afluentes que criaram este grande rio que é o Partido dos Trabalhadores,a Pastoral Popular e Democrática pós Concílio Vaticano II, o Sindicalismo Combativo e os intelectuais independentes, críticos da ortodoxia soviética.

Aliança do PT com suas bases

"Quando houver impasse entre as lideranças é só jogar para a base e ela resolve o problema". É o que aconselhava Lula ao PT, antes de chegar ao poder (poder ou governo?).  Essa era uma das dimensões da  singularidade e da grandeza do Partido dos Trabalhadores. O sentimento e a opinião da base partidária contavam. É algo que vivi por duas décadas e relembro com carinho. Os tempos mudaram. Basta observar o processo de aliança PT-PMDB em Minas e a escolha do candidato a governador.Tudo decidido nos bastidores e a base esperando para saber a solução e seguir o caminho apontado do alto. E seguirá? Mas não deixou de ser admirável o esforço de amigos como Reginaldo, Durval, Odair, André Quintão, Miguel Correa, Roberto Carvalho, Virgílio, René Vilela, Padre João, Biel e tantos outros, tentando fazer valer a voz da militância e das bases. E o PT segue  com seu dinamismo, dentro do quadro partidário brasileiro, no rumo da consolidação e da continuidade do poder (do poder ou do governo?). E como fica a aliança do PT com suas bases?