domingo, 28 de março de 2010

ADEUS! FICHA LIMPA

O projeto de lei que impede a candidatura de políticos com "ficha suja" foi engavetado e como se podia prever, não se sabe quando, e, se algum dia, ele vai virar lei.
Será que foi inútil coletar as assinaturas de mais de um milhão de pessoas? De que valeu o trabalho feito pela Comissão Especial da Câmara criada para amenizar o projeto?
Apesar das mudanças, Michel Temer, que alimenta pretenções de ser vice-Presidente da República, praticamente enterrou as chances da proposta ser votada antes das eleições de outubro.
Coisas do Parlamento brasileiro, Temer alegou que seria "desastroso" a proposta ser rejeitada no plenário da Câmara, não havendo consenso entre os partidos sobre o tema.
Desastroso é ver a luta contra a corrupção virar uma grande ilusão na alma do povo. Esse mesmo povo que mostrou um brilho nos olhos, quando sonhou com um processo que tivesse continuidade, após o "fora-Collor" e a CPI dos Anões do Orçamento.
É bom lembrar também que, bem antes, o golpe de Estado de 1964 nasceu para acabar com a subversão e a corrupção. A suite dessa história todos nós conhecemos: liquidaram com a rebeldia subversiva, mas deixaram grassar com tal "tirania" que ninguém consegue capinar a erva daninha da corrupção.
Adeus! Ficha Limpa!

CARTA ABERTA AO DEPUTADO JOSÉ EDUARDO CARDOSO (PT/SP)

Fomos surpreendidos com sua decisão pessoal de não ser mais candidato a deputado federal nessas eleições de 2010. Como pré-candidato ao Senado Federal por Minas Gerais, tenho dialogado com os colegas que disputam vagas para a Câmara Federal e para a Assembléia Legislativa de Minas, de meu atual partido, o PSB, do PT e de outras siglas de todos os matizes ideológicos, sobre o seu afastamento das eleições.

Ouso, em meu nome, apesar de não ter convivido proximamente com você, em meus quase 30 anos de petismo e de lulismo e em nome de inúmeros mineiros, seus admiradores, especialmente do PSB, solicitar que continue a fazer política na luta parlamentar, reconsiderando a sua decisão pessoal que respeitamos e tentamos entender.

Durante a resistência à ditadura, muitos de nós, por mais de duas décadas, fomos obrigados a fazer política fora da institucionalidade. Política para nós era sinônimo de ação transformadora da realidade, de exemplo e convencimento para que o povo brasileiro abraçasse a utopia da revolução. Resistimos como perdemos e aprendemos com erros e acertos.

Você sabe que nos tempos de democracia, o “povo brasileiro”, no sentido que dava a essa expressão, o saudoso Darcy Ribeiro, só consegue perceber a política no processo eleitoral, na sabedoria e na malandragem dos partidos e dos políticos, quando disputam eleições ou quando governam e administram e quando criam e constroem partidos legais.

Conhecemos você pela sua maneira de agir no governo Erundina na capital paulista, nas CPIs do Congresso Nacional, na Câmara de Vereadores de São Paulo, nos embates internos do PT. E é com base nesse conhecimento que pedimos para você reconsiderar sua decisão.

Também nós acreditamos numa reforma política com influência da sociedade brasileira, uma pressão de fora para dentro do Parlamento. Mas as forças sociais do Brasil inteiro precisam de quadros como você, com a sua experiência parlamentar e de vida dentro do aparelho de Estado legislativo, na construção de uma autêntica reforma política.

Muita coisa apareceu na imprensa mineira sobre o seu gesto. Cristóvam Buarque questionou: “Saída honrosa? Honrosa, mas ruim para o Brasil”. O presidente da Academia Mineira de Letras, Murilo Badaró, ex-senador e ex-ministro, viu na sua desistência um “sintoma de enfermidade grave na vida institucional brasileira”. Qual papel de nossos partidos políticos e governos face à essa enfermidade? É bem verdade que com seu gesto você mexeu com a consciência da Nação, à esquerda, à direita e ao centro, pouco importa. Vale porém, muito mais sua permanência na institucionalidade parlamentar. Sabemos que é tão difícil lutar nas montanhas como no quotidiano da vida legal republicana. E gostaria tanto de encontrá-lo no Congresso Nacional! Quando você lá chegou, Lula me mandou para Cuba. Pena que você não foi aproveitado como quadro majoritário! Quadros que atuaram nas CPIs com a sua garra, que não roubaram nem acumularam riqueza ao cuidar da res pública, se tornaram imprescindíveis no Parlamento, especialmente na reforma política. Nós que buscamos um espaço político institucional nessas eleições, somamos com a sua visão e objetivos, eleitos ou não. Experimentamos na pele nesse processo eleitoral, tudo que você percebeu e denuncia e enfrentamos um processo eleitoral que virou um mero arranjo de reservar espaço de poder para quem já o ocupa pela força ou pelo dinheiro. Você tem razão.

Quem dera que o movimento histórico iniciado no “fora-Collor” e contra os anões do orçamento, quando cheguei ao Parlamento em 1990 com Aloísio Mercadante, tenha continuidade. Será que foi só um sonho que necessita ser de todos?

Nossa ousadia é manifestada com todo respeito a seu foro íntimo e pessoal.

Saudações socialistas e democráticas de minha parte e de meus amigos de Minas.

Tilden Santiago

quinta-feira, 25 de março de 2010

EDUCAÇÃO POLÍTICA

A Fundação João Mangabeira e o PSB mineiro insistem em dar continuidade a seminários de educação política afora. Na semana passada foi a vez de Formiga receber esta caravana politizante integrada por Guida, Vera e Xandão. E no próximo fim de semana, o destino é o Vale do Aço. E assim essa peregrinação da cultura política vai se expandindo, semeando idéias, esclarecendo as mentes e consolidando convicções e vontade de fazer política.
Isso acontece, num momento em que se tenta impedir que o processo eleitoral se transforme numa grande aula política nacional. O caráter plebiscitário que se tenta imprimir no atual momento político é a negação da discussão, do debate, da reflexão sobre o Brasil pós-Lula.
Pesquisa do Ibope revela que 12,5%  é o percentual de eleitores que pretendem votar na pessoa indicada por Lula, e, ao mesmo tempo, declararam voto em José Serra. Sem comentário!

sexta-feira, 19 de março de 2010

TUCANOS E PETISTAS PAULISTAS

Os tucanos paulistas estão num beco sem saída. No mínimo não se opuseram ao caráter plebiscitário das eleições presidenciais articulado pelos petistas paulistas.
Ambos, tucanos e petistas paulistas, buscavam um atalho, um caminho mais fácil na disputa do Planalto: evitar a discussão política, o debate democrático aberto a todos os partidos, reduzindo a disputa a duas siglas, a dois nomes. E o pior, sem pensar no futuro, no Brasil pós-Lula, olhando para traz, examinando os governos FHC e Lula.
O governador Aécio Neves foi o único tucano a se opor com firmeza, contra o plebiscito. E dada a força do Presidente Lula, a conotação plebiscitária das eleições de 2010, vai crescendo e corroendo a política brasileira. Apesar do posicionamento contrário de Ciro Gomes, Marina Silva e de Aécio Neves.
Grande parte do PIB brasileiro é operado na Avenida Paulista, eles se habituaram a dar as cartas nas decisões políticas. Aceitaram ou engoliram Lula por causa da Carta ao Povo Brasileiro e pelo avalista na vice-Presidência, José de Alencar.
Essa parte substancial do PIB nacional, contribuiu para que não houvesse prévia entre Aécio Neves e José Serra. Agora está constrangida, diante da possibilidade de derrota de Serra e ascensão ao Planalto de uma mulher ex-guerrilheira urbana. O que fazer agora.
A Avenida Paulista tem duas saídas: ou se contenta com um Meirelles na vice, ou exige que Serra continue em São Paulo. Mas quem vai aceitar na última hora disputar com a Dilma do todo-poderoso Lula? Aécio Neves? Pode ser, mas enquanto isso não acontece, a Avenida Pauista continua num beco sem saída. O Plebiscito dos petistas e tucanos paulistas vai minando o Brasil, a democracia e a soberania do povo brasileiro, no sentido que dava a essa expressão, o saudoso Darcy Ribeiro.
Acabo de encontrar um velho amigo, o ex-ministro Camilo Penna. Fico feliz de saber que ele, com sua sabedoria, concorda com essa análise e argumentação.

quinta-feira, 18 de março de 2010

PSB - Harmonia da Fundação João Mangabeira e da Direção Nacional

O atual momento político brasileiro tem a sua complexidade. Não é um tempo de guerra, mas não deixa de ser um tempo sem sol: os donos do dinheiro ainda predominam, ricos reclamam, apesar de comtemplados, diferenças sociais e regionais perduram, apesar de alguns avanços, considera-se crise econômica (cíclica) mera "marolinha" e desconhece-se a grande crise do planeta, parece que não existe uma grave problemática sócio-ambiental que afeta a vida. A corrupção campeia, o poder econômico ainda domina o processo eleitoral, que se desdobra sem projeto de Nação, de Brasil pós-Lula, de sociedade, de comunidade, sem debate político, sem discussão, completamente dominado por projetos de poder pelo poder e reduzido a um plebiscito entre dois partidos, entre dois nomes impostos. Tem razão o sábio, que perguntado sobre o Brasil de hoje, respondeu sem pestanejar: "Tem mais gente no barco, graças a Deus, mas não temos destino, não temos rumo."
Como se comportam os partidos políticos diante dessa realidade? Cada um, com sua visão de mundo, sua ideologia, seu acúmulo teórico e de prática política tenta responder.
Nós do PSB mineiro, estamos embalados na utopia do socialismo democrático e quem sabe, comunitário, como proclamam os bolivianos. Utopia existe para que não paremos de caminhar.
Importante, a meu ver, para encarar a situação, essa sintonia entre a Fundação João Mangabeira e a Direção Nacional do PSB. Graças a ela, acabamos de viver um seminário internacional que mostrou, com profundidade, experiências socialistas chinesa e de governos de esquerda em países capitalistas: Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai, Venezuela. Minas enviou a maior delegação para o seminário que se realizou no Rio.
De uns meses para cá, a Fundação João Mangabeira patrocina Seminários de Formação Política nas diversas regiões de Minas, preparando seus quadros para uma real prática política partidária e administrativa após eleições.
Essa revitalização do PSB mineiro, através da formação política, se dá graças à volta à militância de Guida e Xandão. Os dois juntamente com a professora Vera Alice, tem ministrado os seminários com sabedoria.
Xandão, além da Formação Política, é membro da Direção Estadual, cuidando da tesouraria.
Como se vê, o PSB entra no processo eleitoral com seus candidatos, inclusive com Ciro Gomes para Presidente, mas não deixa de lado a modernização e revitalização do partido político. Brevemente, atingiremos em Minas a vitalidade do PSB nordestino.

EXPERIÊNCIAS SOCIALISTAS DE GOVERNOS DE ESQUERDA EM PAÍSES CAPITALISTAS

Mais de 700 filiados e militantes do PSB participaram de um Seminário Internacional realizado no Rio de Janeiro de 11 a 13 de março. Tema: "As experiências socialistas chinesa e de governos de esquerda em países capitalistas: Brasil, Bolívia, Chile, China, Equador, Uruguai, Venezuela."
Quando o atual momento político brasileiro se afunda num processo eleitoral, onde a política é engolida por um plebiscito, que anula a discussão, o debate, a pluralidade inteligente de propostas, a Fundação João Mangabeira e a Direção Nacional do PSB organizou um seminário internacional de alto nível.
As apresentações de cada país primaram pela profundidade das análises feitas pelos representantes, agentes e participantes das diferentes experiências examinadas.
O ponto alto do encontro, a meu ver, foi a apresentação da Bolívia. A Senadora Leonila Zurita Vargas e dois companheiros mostraram a caminhada de seu povo liderada por Evo Morales. Alguns aspectos chamam a atenção: 
-O socialismo é domocrático e COMUNITÁRIO.
-Os povos indígenas do Altiplano são os principais agentes dessa revolução em andamento, que enfatiza as culturas indígenas.
-Presença incisiva das MULHERES reunidas numa Federação Nacional.
-A refundação do país exigiu 15 anos de lutas.
-Busca-se a pontencialização de todas as províncias e uma forte aliança entre elas.
-A soberania do Estadoé política e econômica.
-Consolidação dos poderes locais.
-Uma nova Constituição muda direitos e estabelece prioridades.
Parabéns para a Direção Nacional do PSB, e à Fundação Joaão Mangabeira.

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 100 ANOS

Hoje comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data decidida em 08 de março de 1910, durante uma conferência na Dinamarca a partir de uma tragédia ocorrida 63 anos antes, nos Estados Unidos em 08 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Yorque fizeram uma greve, reinvidicando redução da carga horária de trabalho de 16 para 10 horas diárias, melhores condições de trabalho e equiparação de seus salários com o dos homens. Elas recebiam 1/3 do sálário deles. Os donos da fábrica em represália, as trancaram dentro do pavilhão e o incendiou. 130 morreram.
A data cravou na consciência da humanidade a enorme discrepância das condições de trabalho entre os sexos, a grande necessidades de ampliação dos direitos das mulheres, deixou a mostra as questões da violência e o desrespeito ao chamado sexo frágil.
Depois de um século de lutas, sem armas, sem fileiras, sem violência, uma luta diária, silenciosa, em que todos os dias as mulheres se firmam cada vez mais vencedoras da batalha começada por aquelas que pereceram na tecelagem em Nova Yorque.
Hoje, jovens a muito tempo ou recentemente, somos lindas, somos fortes, somos mães, sogras, filhas, irmãs, esposas e namoradas eternas ou por uns dias. Ao mesmo tempo em que nos despontamos cada vez mais no mercado de trabalho, com naturalidade, certas de que podemos aliar nossos papéis fundamentais nas tarefas domésticas comuns a competência e desenvoltura profissional. Ainda não conquistamos tudo, mas o melhor ganho de nossas lutas até agora, é a certeza de que: sempre a escolha é nossa. Temos agora o poder de decidir. A vida só nos é imposta por Deus, as escolhas diárias são impostas por nossas consciências. E a partir dessas escolhas, determinamos o caminho do mundo, pois o mundo está sempre a nossa volta, dentro de nossa casa entre nossos filhos e maridos, amigos e parentes. Somos profissionais capazes de pilotar aviões de manhã e preparar mamadeiras a noite. Podemos ensinar física quântica numa universidade e depois ir para casa arrumar a cozinha, ou dirigir ônibus, ou qualquer que seja o trabalho, sempre convivemos com a dupla jornada, construindo duas vezes o mundo, um para todos, outro para nosso ninho. O mundo está em nosso coração, no amor que irradiamos, na força, na coragem, coisas que são tão importantes para as mulheres quanto para os homens, a construção do mundo a partir do amor.
Parabéns a todas as mulheres.
Para Nadir e todos os amigos da Méritus