domingo, 30 de maio de 2010

O PSB EM MINAS

É inegável a forte participação do PSB nacionalmente no atual processo eleitoral. Isso ficou muito claro e definido já em 27 de abril pela CEN - Comissão Executiva Nacional: a retirada da candidatura própria de Ciro Gomes à Presidência e a reafirmação da participação do PSB no governo Lula, inclusive, sinalizando a continuidade desse projeto por um posicionamento firme na política de aliança nessas eleições de 2010. "A política de alianças partidárias em todos os níveis deverá priorizar as alianças com os partidos que compôem a base de sustentação política do governo federal, e/ou dos governos estaduais do PSB, e nelas, os partidos de esquerda".
Em Minas, o PSB caminha para um Congresso Estadual do partido, dia 27 de junho, com delegados e a partir da discussão até dia 20, das eleições em cada município. A orientação nacional é uma só para todos os Estados: "Relativamente às decisões dos congressos estaduais, compete à CEN - Comissão Executiva Nacional, ex officio ou provocada por qualquer militante em petição fundamentada, examinar, opinar e se for o caso, ajustar os projetos eleitorais estaduais ao objetivo eleitoral nacional do Partido, contido nas seguintes diretrizes".
Certamente o posicionamento claro e inegável da Direção Nacional e sua orientação para o Brasil inteiro vai ajudar o PSB mineiro a superar a ambiguidade que ele vive há algum tempo: nacionalmente ele respira com o governo Lula e os partidos que o apoiam e em Minas tem um bom relacionamento com o governador Aécio Neves, inclusive nas votações da Assembléia Legilativa.
Partido democrático se constroi assim: com as direções oferecendo rumos, debatendo com suas bases os posicionamentos, especialmente quando se trata de alianças políticas. Só assim evitaremos a predominância de critérios personalistas, pragmáticos e filosóficos em vez de critérios políticos, racionais e ideológicos.
Nenhuma surpresa nessa postura, já qua a força motriz do PSB é o socialismo democrático - desde suas origens sob a batuta de João Mangabeira.

GRUPO ISEIB Agora em Betim

Depois de tudo o que tem feito desde 1975, em Minas Gerais, Betim passa a ser o novo centro irradiador - juntamente com Montes Claros e Belo Horizonte - dessa história de amor, trabaho, empreendedorismo, responsabilidade social , crença na educação, no esporte, na capacitação profissional, no avanço das tecnologias, na pesquisa, na produção científica brasileira da familia Oliveira. Idealizadores e líderes do Grupo ISEIB já estão presentes em Minas extendendo sua ação a 50 municípios brasileiros e instalando brevemente na Bahia e no Espírito Santo. Além de pautar por cinco valores sintetizados nas letras da palavra ISEIB, o grupo nesse mundo marcado pelas pressões do  mercado, não abre mão dos fundamentos éticos e de ter, como horizonte, a utopia do "humanismo integral" do hoje, abandonado, esquecido e rejeitado filósosfo francês Jacques Maritain. Meus amigos blogueiros estão curiosos para conhecer o simbolismo das cinco letras da palavra ISEIB e informações sobre esse projeto que se faz presente também em Betim, tenho certeza. Entre no site: http://www.grupoiseib.com.br/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

MANIFESTAÇÃO PRÓ-CUBA - Portal Vermelho

A direita brasileira escolheu o dia 20 de Maio, esta quinta-feira, para fazer uma manifestação contrária ao regime de Cuba, mas foram surpreendidos com uma manifestação favorável a ilha. Os cinco manifestantes de direita, liderados pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foram enxotados pela dezenas de manifestadores que foram prestar solidariedade à Cuba.
Para isso contaram com a ajuda de policiais militares que impediram os atos de agressão ensaiados pelos “ianques”, como foram chamados pelos manifestantes: “Fora ianques”. Eles ainda insistiram nas provocações, passando de carro em frente à Embaixada de Cuba em Brasília, onde se realizava o ato.
Após o encerramento do evento, que durou duas horas de discursos, gritos de palavras de ordem e agitação de bandeiras e exibição de faixas, os manifestantes foram recebidos pelo embaixador cubano, Carlos Zamora, nos jardins da embaixada. Ele quis agradecer pessoalmente ao que considerou “ demonstração de carinho e solidariedade para com a revolução cubana e o que ela significa para todo o mundo.”
A exemplo dos manifestantes, Zamora encerrou sua fala com as palavras de ordem: “A luta de Cuba é a luta do povo”; “Liberdade para os cinco”, “Abaixo o imperialismo”; “Viva José Martí”, “Viva Fidel Castro”. E foi acompanhado ainda nas palavras de “vivas” à “Eterna amizade do povo de Cuba e do povo do Brasil”, encerrando com “Patria ou Muerte”.
Vaias e vivas
Na chegada do grupo de Aleluia, que carregava fotos de presos em Cuba, o vice-presidente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), Paulo Guimarães, que estava discursando no carro de som, calou-se para acompanhar a movimentação de chegada e retirada deles, que durou poucos minutos. E depois comemorou: “Foram embora com o rabo entre as pernas, porque não tem inserção social, não tem apoio popular.”
“Vaias para eles e vivas para Cuba”, gritavam os manifestantes à saída do grupo de Aleluia.
Após a saída do grupo, os manifestantes se revezaram ao microfone para apresentarem palavras de apoio e solidariedade. Guimarães voltou a falar “para prestar solidariedade e apoio a esse povo que tem uma história que honra a humanidade. Esse ato demonstra a representatividade da luta do povo cubano que está centrada no entendimento e solidariedade”, disse.
Campanha midiática
Os manifestantes, a exemplo da coordenadora do Núcleo de Estudos de Cuba (NesCuba) da Universidade de Brasília (UnB), María Auxiliadora César, também se posicionaram contra a campanha midiática das grandes potências que tentam desacreditar a revolução cubana diante do mundo. “Cuba soube resistir porque tem um povo bravo e existem grupos no mundo inteiro que a apoiam, como esse que está aqui agora em Brasília.”
“Na base de mentiras e calúnias, transformam delinqüentes comuns em “presos políticos”, transformam mercenários pagos pelos cofres do Pentágono em “dissidentes”, premiam blogueiros vulgares como se fossem jornalistas e escritores. O centro desta campanha esta na Casa Branca, com o apoio de governos e parlamentares reacionários da União Européia. No Brasil, a campanha é protagonizada pela mídia conservadora e uma minoria de direitistas no Congresso Nacional”, diz o texto distribuído entre os manifestantes.
Graça Sousa, secretária de mulheres da CUT, disse que os movimentos sociais estão alertas para a ofensiva do capitalismo contra a revolução cubana que, a despeito do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, comemora 50 anos. E destacou as principais bandeiras de luta do regime cubano que conta com o apoio e solidariedade dos povos da América Latina: o fim do bloqueio, a devolução do território de Guatanamo e a libertação dos cinco cubanos presos nos Estados Unidos.
Tilden Santiago, que foi embaixador de Cuba no primeiro Governo Lula, falou sobre a alegria de participar do ato, destacando que a mesma alegria devem sentir Fidel e Raul Castro ao tomar conhecimento de que o povo trabalhador brasileiro defende a revolução.
“A democracia avança na América Latina e avança a resistência dos cubanos que deram suor e sangue contra o imperialismo”, discursou, acrescentando que “se hoje nós temos governos à esquerda em toda a América Latina – Bolívia, Venezuela, Equador e no Brasil -, nós devemos a resistência permanente da revolução cubana, que é a vanguarda do sistema socialista na América Latina.”

domingo, 16 de maio de 2010

VALE DO AÇO E MOVIMENTO FERRAMENTA

O Movimento Ferramenta reaparece com força no Vale do Aço. Desta vez, com a candidatura de Cecília Ferramenta, deputada estadual do PT e companheira do ex-prefeito, deputado federal e estadual, Chico Ferramenta. "É ouro! É menta! Prefeita Cecília Ferramenta". A unificação do PT em torno de sua candidatura, em busca da Prefeitura, sinaliza a conquista de mais uma vitória no horizonte. O comício realizado no Bairro Betânea, berço do petismo no Vale e em Ipatinga, contou com forte participação da população, inclusive de militantes de outros partidos, especialmente, PV e PSB, numa aliança informal de baixo para cima. Há 25 anos, em 1985, nasceu o Movimento Ferramenta. Fui testemunha e ajudei, como jornalista, na luta pelo Sindicato dos Metalúrgicos, com Chico na cabeça, na época, "Chico da Pesquisa". Ganhamos no primeiro turno. No segundo, uniram-se as quatro chapas com apoio das elites políticas e empresariais e dos pelegos. No ano seguinte, o povo deu o troco, elegendo Chico Ferramenta, o deputado estadual mais votado de Minas. Daí por diante, o Vale do Aço tornou-se para Minas o que foi o ABC para os trabalhadores paulistas. Chico Ferramenta emergiu como líder, buscando Lula em São Paulo. É impressioante a marca que tem ele na alma do povo e sua empatia com as urnas. O Movimento Ferramenta  só não foi maior, a meu ver, por dois motivos: a falta de unidade interna do PT e não termos projetado Chico no Estado e no país com mais intensidade. Antes, Cecília foi a mulher forte, junto do homem, Chico Ferramenta.  Nesse momento, Chico é o homem forte junto com sua companheira Cecília. O Vale do Aço é uma terra boa e fértil para receber as sementes da libertação social e política. Certamente por essa razão, lá investiram  quadros dos três afluentes que criaram o PT: 1) o sindicalismo combativo 2) as CEBs, a Igreja Popular e Democrática que nasceu no Concílio Vaticano II de Medellin, de Puebla (Dom Lara, bispo diocesano, o clero e líderes leigos, os frades franciscanos instalados em Betânea) 3) as correntes de esquerda com tendência marxista e revolucionária. Hoje me orgulho de ter participado desses três afluentes que geraram o PT no Brasil, em Minas, no Vale do Aço. A presença no setor produtivo de uma empresa siderúrgica do porte da Usiminas é o grande fator da força transformadora do Vale do Aço. Nas décadas de 40 e 50, nós jovens de Nova Era, viajávamos de trem da Vitoria a Minas, em busca das praias capixabas. Quando chegávamos à baixada, nas proximidades da Estação Intendente Câmara, a gente só via pasto e boi e vagões de minério de ferro levando a riqueza de Itabira e de Minas para o porto de Vitória e o exterior. Hoje a situação é outra: onde só havia pasto, boi e vagão de minério existe uma forte inversão de capital e uma aglomeração urbana, verdadeira Região Metropolitana. Hoje, o Vale do Aço é para Minas o que foi Detroit para os EUA, a principal força motriz do desenvolvimento econômico, social, político, cultural, espiritual das Minas e dos Campos Gerais. Quem sabe se não será também um dia fator principal do desenvolvimento sustentável? É nesse contexto histórico de crescimento do capital e do trabalho que nesceu o Movimento Ferramenta. Parabéns Cecília e Chico! Parabéns Vale do Aço.

SANDRO COELHO EM SANTA LUZIA

14 de maio - sexta-feira - Entramos em Santa Luzia, fomos na direção do Bairro São Benedito - na busca da quadra desportiva do Coelho, no final da Rua Itamaraty. Muitos carros estacionados na rua e na quadra desportiva: profesores, lideranças comunitárias, pedagogos, empresários, diretores e gerentes, líderes partidários, jovens, idosos e adolescentes, forte presença feminina. O professor Sandro Coelho, muito querido da população, pré-candidato a deputado estadual, acolhe a todos, junto com Bispo, presidente do PSB de Santa Luzia. São poucas as lideranças que hoje conseguem encher uma quadra grande.Cheio de emoção com o lançamento de Sandro Coelho a deputado estadual junto com ele, Domingos de Castro, pré-candidato a deputado federal pelo PSB e este escriba no rumo do Senado, também pelo PSB/MG. Sandro dirige hoje uma escola estadual  no Bairro São Benedito, onde ele mesmo estudou quando criança. Seus pais, oriundos de Caputira, moradores há décadas de Santa Luzia, lá estavam presentes. Com deputados eleitos da qualidade de Sandro, podemos acreditar numa renovação da política, na política com ética, eficaz, representativa, sem corrupção. A verdadira reforma política se faz nas urnas. Coragem Sandro Coelho! Coragem São Benedito! Coragem Santa Luzia!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

DITADURA DOS PARTIDOS

Agora é o momento em que as alianças partidárias se consolidam no rumo das eleições. O critério para cristalizar formalmente uma aliança não é político, nem ideológico, é a "governança" como diz o Lula. É a perspectiva de obter mais espaço de poder, mais voto. E isso se faz com mais eficácia, quando se impõe ao eleitorado um processo eleitoral bipolarizado, tentando anular a sabedoria dos dois turnos, método mais democrático indicado pela constituição de 1987. Estamos em 2010, diante de um processo que não contribui para a construção democrática e empobrece a política e a república. Mas as alianças não são só formais, a nível de partidos. A sabedoria de parte das classes populares, que não querem mais se submeter aos "formadores de opinião" podem construir alianças informais que escapam e driblam a hegemonia dominadora de alguns partidos. Minas, sinônimo de liberdade, viveu isso recentemente com o "Lulécio". O que acontecerá em outubro de 2010 no Brasil e em Minas? Haverão alianças informais emergindo da vontade do eleitorado e resistindo à ditadura dos partidos?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DEBATE OU FARSA?

A Associação Mineira dos Municípios (AMM) tentou realizar um debate entre Serra, Dilma e Marina. Vários colunistas, que foram a Expominas, chamavam o debate coordenado pelo jornalista Fernando Mitre, que as vezes perdeu a calma, de farsa. Dilma e Serra começaram nervosos, mas depois se controlaram. A grande surpresa para todos foi o desempenho de Marina Silva. Ela cativou prefeitos, vereadores, parlamentares, dirigentes partidários, profissionais da imprensa, jovens e velhos, homens e mulheres. Longe de se limitar aos temas ambientais, demonstrou que não é candidata de uma nota só. Ela pensa o Brasil pós-Lula a partir de uma visão de mundo invejável, sem arrogância, com a naturalidade de uma mulher que vem do povo. Serra mostrou acuidade na abordagem de temas políticos e administrativos: é um mixto de intelectual e homem público que sabe encarar a luta eeitoral pelo voto. Dilma prefere atrair as atenções para os PACs e os feitos do governo Lula. Não houve debate. Houve apenas uma justaposição de posicionamentos sobre um mesmo tema. A perspectiva bipolarizada imposta ao processo eleitoral  por petistas e tucanos paulistas impede uma real discussão sobre o Brasil pós-Lula. Empobrece o debate político reduzindo o mesmo a dois partidos, a dois candidatos, num palco teatral que se contenta em atirar contra dois alvos: o governo FHC e o governo Lula. Difícil dabater olhando para trás. As vítimas da bipolarização já começaram a se conter. Aécio Neves foi a primeira a ser afastada da disputa presidencial. A segunda foi Ciro Gomes, silenciado nacionalmente num cenário dantesco. O que vai acontecer com a terceira possível vítima, que conseguiu  pelo menos se colocar como candidata, dada a ousadia e teimosia do PV e da seringueira? Será ela capaz de sustentar o sucesso e a surpresa mostrada no primeiro debate, ao longo da farsa oferecida ao povo brasileiro até outubro?
A verdadeira vítima da bipolarização do processo eleitoral presidencial é o povo brasileiro, no sentido que dava a essa expressão o saudoso Darcy Ribeiro.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

EVANGELIZAR E SER EVANGELIZADO PELOS POBRES

Vitória do Espírito Santo. Estamos no bairro de Lourdes: primeiro de maio de 1967: 6 horas da tarde. O sino tocava o Ângelus. A igrejinha no pé da favela Gurijica, Nossa Senhora da Consolação, estava lotada, transbordando de gente. O povo das favelas da região ocupavam a nave central , os companheiros metalúrgicos da Ferro e Aço estavam à esquerda do altar e minha familia à direita. Diácono, prostrado diante de Deus, de Dom João Batista Motta e Albuquerque e do povo dos pobres, escutava a ladaínha de Todos os Santos. Depois de lembrar o Vietnam perseguido, a identidade de Jesus com os pobres e a misericórdia d'Aquele que tudo e todos vê e ama, o velho arcebispo capixaba me impôs as mãos sobre minha cabeça, invocou o Espírito sobre mim para evangelizar os pobres e anunciar a libertação aos oprimidos, aos "damnés de la terre" e ungiu com o óleo consagrado na última quinta feira santa, minhas mãos de metalúrgico, de soldador. O companheiro de Jesus de Nazaré Carpinteiro se tornou Sacerdote da Palavra enviado ao mundo do trabalho para evangelizar e também ser evangelizado.
Primeiro de maio de 2010: 43 anos depois ainda me soa aos ouvidos o canto da igrejinha no pé da favela: "Tu és sacerdote eternamente - Sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchidesec".
Foram 10 anos como padre-operário na fábrica, nas vilas, nas favelas, na resistência democrática. Ao sair da prisão política, recebí do Papa Paulo II a dispensa dos compromissos sacerdotais. E a vida continuou: o trabalho, o casamento, os filhos. E o sacerdócio em outros minitérios: no jornal, na sala de aula, na política, no Congresso Nacional, na Secretaria do Meio Ambiente, na Embaixada do Brasil em Cuba, na Cemig, na Revitalização do Velho Chico, nas eleições, na busca ao Senado.