domingo, 28 de fevereiro de 2010

AÉCIO, PRÉ CANDIDATO A PRESIDÊNCIA

Aécio Neves a Antônio Anastasia estiveram no Parque do Rio Doce neste fim de semana. Demonstraram nítido interesse pelos temas ecológicos, inclusive a biodiversidade de Minas e deste Parque. 
Apesar da disputa eleitoral em andamento, estavam sorridentes e tranquilos. Demonstravam esperança nos olhares. Anastasia confiante na força de Aécio Neves e na sua própria capacidade de buscar até outubro o voto dos mineiros.
Aécio não passa a impressão de já ter jogado a toalha com relação a Presidência da República. Ele bem sabe que José Serra vive preocupado com o fato de pensar o eleitor mineiro  ser Serra o responsável, caso Aécio não seja candidato ao Planalto. E Serra sem os votos dos mineiros, dificilmente seria eleito. Aliás a preocupação e o tema do governador paulista devem ter crescido com as últimas pesquisas.
José Serra não escondeu essa sensação de temor ao dialogar, há uns 15 dias, com empresários mineiros. Aqueles que vivem mais próximos do governador mineiro, estão certos que Aécio não será vice de Serra. Até porque, disputar a presidência, e não eleger-se é compreensível. Mas ser vice e perder não tem significado algum. O que o embala porém, é a possibilidade de vitória de Minas com ele presidente. Aécio candidato a presidente, assim como Ciro, revoluciona o processo eleitoral plebiscitário.

PARQUE DO RIO DOCE

A biodiversidade mineira, ela se expressa de modo intenso no Parque do Rio Doce. A nata da luta ambiental em Minas, ambientalistas das ONG's, de órgãos públicos, das universidades acabam de realizar um encontro naquele local. Preciosas contribuições nos debates foram oferecidas pelos professores Francisco Borges e Apolo Heringer da UFMG, pelo Secretário José Carlos de Carvalho, por Dalce Ricas da AMDA, por Paulo Romano, pelo professor Roberto Scofforo da Ufla, pelo Coronel Itamar e seu colega Tenente Coronel, José Cláudio Junqueira e outros ambientalistas mineiros.
O encontro terminou com a entrega de uma carta ao governador Aécio Neves e ao vice Antônio Anastasia. Ambos manifestavam interesse e empatia com os temas ecológicos abordados. Foi comemorada a melhora dos novos equipamentos do Parque Rio doce. Dom Helvécio Gomes de Oliveira, o segundo Arcebispo de Mariana, que "imperou" na Arquidiocese e em Minas de 1922 a 1958, com mão forte, teve a sensibilidade de impulsionar a criação desse parque e a preservação da Lagoa  do Bispo. Dizem as más línguas que Getúlio e JK não tomavam nenhuma decisão com relação a Minas, sem telefonar e consultar o velho Arcebispo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

PRÉ-CANDIDATO AO SENADO ESTAMOS NA DISPUTA

Sucessão estadual e a corrida pelas duas vagas de Minas ao Senado foram objeto de uma pesquisa da Sensus, publicada pelo Hoje em Dia desta sexta feira, 19 de fevereiro de 2010.
Pré-candidato ao Senado pelo PSB, citado em dois dos três cenários apresentados pela Sensus, no  mesmo dia comparecí ao TRE e assinei um requerimento nos seguintes termos:  "Venho perante Vossa Excelência solicitar, como interessado, a cópia completa do resultado da pesquisa Sensus registrada neste Tribunal sob protocolo 5989 de 08/02/2010." Fui  muito bem recebido pela Secretária Judiciária Eliana Galluppo e sua assessora Bárbara.
Aguardo deferimento do Eminentíssimo Desembargador e, de posse dos dados completos da pesquisa Sensus, pretendo comentar exaustivamente todo o conteúdo para os amigos deste blog.
Confio no alto senso profissional do Jornal Hoje em Dia, onde dirigem e militam dezenas de colegas jornalistas liderados por Carlos Lindemberg e no Instituto de pesquisa Sensus, sob o comando de Ricardo Guedes.
Antes mesmo de um comentário mais global, mostro os três cenários para o Senado com algumas observações:
CENÁRIO A
Aécio Neves (PSDB) 37,7%
Patrus Ananias(PT) 19,7%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Tilden Santiago (PSB) 4,0%
Indecisos, brancos e nulos 27,5%
CENÁRIO B
Hélio Costa (PMDB) 29%
Patrus Ananias (PT) 21%
Tilden Santiago(PSB) 11,6%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Indecisos, brancos e nulos 33,8%
CENÁRIO C
Itamar Franco (PPS) 24,2%
Patrus Ananias (PT) 22,0%
Clésio Andrade (PR)13,5%
Indecisos, brancos e nulos 35,3%
OBSERVAÇÕES:
1) Na corrida pelo Senado, Aécio Neves lidera na expontânea com 7,2% contra 2,6% de Alencar. Na estimulada, o governador teria 37,7% contra 29% de Hélio Costa. Nenhuma surpresa. A pesquisa não incluiu José de Alencar na estimulada para Senador.
2) A influência negativa da imposição de caráter plebiscitário também acontece na disputa do Senado no Brasil em geral. Em Minas, onde os partidos e políticos prezam a arte de fazer política democraticamente, tal contaminação parece não ocorrer. A possível disputa entre Aécio e Alencar pelo primeiro lugar, rumo ao Senado, não confuguraria plebiscito. A pesquisa Sensus não aborda essa preocupação.
3) O aparecimento dos candidatos do PSB, Tilden Santiago e do PR, Césio Andrade, e Itamar Franco do PPS, em terceiro, quarto e primeiro lugar respectivamente, comprovam também a
segunda observação acima,  que anula a influência do plebiscito na luta pelo Senado em Minas.
4) Além do PT e do PSDB - diretamente envolvidos na manobra do "plebiscito" - o PMDB também se beneficia deste artfício político. Mas seus nomes, Aécio Neves, Patrus Ananias e Hélio Costa emergem na pesquisa mais pela força de histórias pessoais, o mesmo acontecendo com Itamar Franco, sendo que este nem se envolve com o plebiscito.
5) Outro argumento que mostra uma aversão em Minas pelo plebiscito que se tenta impor é o aparecimento de José Fernando, candidato do PV ao Palácio da Liberdade em dois dos cinco cenários montados na pesquisa na disputa para o Governo do Estado.
6) Em princípio, todos os nomes sinalizados já estão na disputa pelas duas vagas de Minas no Senado: Aécio Neves, Hélio Costa, Patrus Ananias, Itamar Franco, Tilden Santiago e Clésio Andrade. De todos eles, o pré-candidato do PSB, Tilden Santiago, é o único que coloca o foco exclusivamente na vaga do Senado, e desde o lançamento de sua pré-candidatura há dez meses atrás pelo PSB. Todos os demais trabalharam ou trabalham primeiro em função da Presidência ou Vice-Presidência da República, em vista de ser governador ou vice. O Senado parece ser encarado como um prêmio de consolação para quem não conseguiu candidaturas tidas como mais importantes e ou de maior peso político.
7) É natural que o nome de Fernado Pimentel tenha sido considerado nesta pesquisa unicamente em função do governo do Estado. Desde que saiu da PBH, Pimentel trabalha para ser governador de Minas e se perder na disputa interna para Patrus ou Hélio Costa, ele objetiva coordenar a campanha de Dilma Rousseff e em caso de vitória da candidata de Lula, ser Ministro de Estado. Mas não devemos anular a possibilidade de no arranjo final, Pimentel aparecer como candidato a Senador ou, o que é mais provável, como deputado federal puxando voto para uma grande bancada de petistas e do PRB. Mas o objetivo de Pimentel é ser governador.
O mesmo pode ser imaginado com relação a José de Alencar. Esses oito anos de vice-Presidência e sua postura diante do câncer, da vida, da morte e de Deus, o credenciaram junto a opinião pública mineira para ser candidato à função que quiser. Para governador  ou senador ele depende do parecer dos médicos, da família e de Lula. Não acredito que Lula com o poder que tem hoje, e com sua sensibilidade, apoiará uma disputa entre Aécio e José de Alencar, com o risco para o vice-Presidente de não ser o mais votado em Minas, ou mesmo de ser menos votado que Aécio Neves. No meu entender o mais provável é que José Alencar se candidate a governador ou a deputado federal.
8) O ex-prefeito Fernando Pimentel frequentemente destaca o fato de existir no eleitorado mineiro uma larga faixa que opta pelo "lulécio". Quem vai tirar proveito desse eleitorado: o próprio Pimentel? Anastasia? Hélio Costa? Esse escriba parcialmente?
Essa questão do "lulécio" e as possibilidades de Antônio Anastasia rumo ao Palácio da Liberdade não são devidamente trabalhadas nesta pesquisa. Aguarde o comentário da leitura da totalidade da pesquisa Sensus.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MARINA

Marina Silva (PV-AC) veio a Belo Horizonte no Carnaval e fez três observações que chamam atenção:
1)A população não deve aceitar plebiscito, disse ela, criticando o viés eleitoral imposto com uma polarização forçada entre PT e PSDB: "Fazer um plebiscito entre Lula e FHC é como se esquecêssemos que as coisas boas devem ser integradas, mas muitas coisas negativas precisam ser corrigidas". De fato estamos diante de uma diminuição da disputa eleitoral de 2010, que deixa de ser uma grande aula política.
2)Meio ambiente e desenvolvimento sustentável nunca podem ser bandeiras únicas de seu projeto de governo "Ele deve estar na educação, na infra-estrutura, na inovação tecnológica, em todos os aspectos da vida. Quem pensa em meio ambiente como samba de uma nota só, ainda não entendeu o que está acontecendo no mundo".
3)Marina vê como positiva a possibilidade de os partidos políticos receberem doações de pessoas físicas via cartão de crédito. Pelo menos até ser aprovado o financiamento público para evitar qualquer tipo de desvio.  "O ideal é que tenha muitas pessoas contribuindo com pouco, em lugar de poucos contribuindo com  muito". Marina Silva e Ciro Gomes peregrinam pelo Brasil, como profetas, falando no deserto. Aqui e acolá, existem caminheiros nesta areia quente que os escutam. Beduínos latino-americanos que um dia serão multidão!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

ZÉ ALENCAR

 Foto: Audiência de Ordens - Após cerimônia o vice-Presidente José de Alencar concede audiência ao Embaixador Tilden Santiago. 16/12/2009
O nome do vice-Presidente emerge com força para governador de Minas. Gilberto de Carvalho, o político mais próximo de Lula e José Eduardo Dutra, Presidente Nacional do PT acabam de defender sua indicação. Ambos certamente estão dando o recado do Presidente Lula.
Há poucas semanas, visitei José de Alencar em Brasíia, mais como amigo do que como pré-candidato do PSB de Minas ao Senado. Fui congratular-me com ele pela regressão dos tumores. Mas dois políticos mineiros, quando se encontram, não conseguem silenciar sobre política.
O vice-Presidente me disse que existem dois pareceres que condicionam sua participação nesse processo eleitoral: de seus médicos e de Lula.
Lamento que sua candidatura seja vista quase só pelo ângulo da unidade da base do governo em Minas. Lamento também a pressa desreipeitosa com que alguns se oferecem para ser candidatos a vice-governador.
Seria realmente uma honra e um bem inegável para o povo mineiro tê-lo no Palácio da Liberdade, não só como instrumento de unificação das forças do governo, mas pelo que ele é.
Conhecí José Alencar na Fiemg em meados dos anos 70, quando saí da prisão política e fui trabalhar no Diário do Comércio, entrevistando-o como repórter, graças ao saudoso José Costa, seu grande amigo. Cobria na época, reuniões das classes produtoras, como se dizia: Fiemg, Associação Comercial, União dos Varejistas, CDL.
Em 2002 participei do grupo de petistas mineiros que levou seu nome a Lula. Jamais esquecerei o dia e as circunstâncias em que as coisas se amarraram definitivamente. Voltávamos com Lula da CNBB para o apartamento funcional dos deputados federais meus colegas, Jair Meneghelli e Paulo Rocha. Lula já havia jogado a toalha, com relação a Alencar na vice. Foram retomadas as negociações com a presença dos líderes do PT e do PL. Tudo acabou em festa, Lula, Alencar e Waldemar da Costa Neto presentes.
Acostumei a visitar Alencar sempre que vinha de Cuba a Brasília, para saborear a sabedoria desse mineiro que o Brasil viu crescer como líder empresarial e político.
Passei 12 anos em seminários em Mariana, em Roma e Jerusalém. Viví dez anos como padre-operário testemunhando o evangelho nas fábricas, nos sindicatos, nas favelas. Mas hoje, eu é que me sinto evangelizado por José Alencar, quando ele fala do câncer, da morte, da vida e de Deus. O Zé sabe confiar no Clementíssimo, sem deixar de fazer sua parte na luta pela vida, dele e dos brasileiros. Visto a túnica festiva para lhe dizer, Zé Alencar, como um novo salmista: "Você que habita ao amparo do Altíssimo,/ e vive à sombra do Onipotente,/ diga à Javé: Meu refúgio, minha fortaleza,/ meu Deus, eu confio em Ti." (Salmo 91,1s)