terça-feira, 8 de junho de 2010

J. B. Libanio

Hoje é domingo: 06 de junho. Minha primeira leitura espiritual do dia é ler Padre Libânio, como faço todo domingo em O TEMPO. Seu texto de hoje é uma denúncia profética de uma mídia, que não é totalmente mentirosa mas peca por um “extremismo unilateral”.Ela só enfatiza o negativo, passando a imagem de que nada existe de sadio em nosso pais: a violência, os crimes hediondos, o sexo, a pedofilia, os abusos e crimes de nossos líderes políticos, padres, pastores e ministros religiosos. Enfim, a pauta de cada noticiário acaba sendo só uma ladainha de banalidades, criando um vazio, quase só retratando “o triste da condição humana no que ela tem de pior”. Sua constatação, Mestre Libânio, tocou profundo dentro deste jornalista, professor de comunicação, filósofo e teólogo, hoje pré-candidato ao Senado Federal que bebeu em Roma da sua espiritualidade e sabedoria. Sua e de Marcelo Azevedo, Pe. Mendes (Dom Luciano) Müeller, João Bosco, Danti, Zandonà, Dom Guardagnino, os irmãos Marchi, Monnerat, Aquino, Pedreira e tantos outros jesuítas, co-irmãos seus, que nos anos 60 passaram pelo Concílio Vaticano II e pela cidade eterna.O profeta, em primeiro lugar, denuncia o mal com firmeza. Mas, apóstolo da alegria, Libânio, qual Paulo de Tarso, nos convida a olhar com profundidade a mídia e tudo que acontece no mundo, “mantendo esperança no ser humano e descobrindo a luz fulgurante em meio à escuridão fotografada” com tanta insistência.
Você tem razão, Libânio: “A política como exercício humano fundamental vem sendo destruída pela informação extremada”. E gostaria de acrescentar pela omissão de fatos e interpretações necessários à devida compreensão dos fenômenos humanos. Agora, por exemplo, nada ou quase nada se fala sobre o carácter nocivo, prejudicial para o povo, antidemocrático, dominador, excrudente desse processo plebiscitário, bipolarizado da disputa presidencial, imposto pela cúpula política dos petistas, tucanos e peemedebistas paulistas. Infelizmente com a anuência e submissão do restante das forças políticas. Mas esse é só um exemplo, e atual, que além de Ciro Gomes, Aécio Neves e Marina Silva, vitima o próprio eleitorado brasileiro, impedido de um debate mais amplo, politizante e enriquecedor sobre a República. Ilude-se o comunicador que pensa inverter a cultura de geração apenas com a informação. Sobretudo se for tendenciosa, unilateral prá-baixo, sem esperança. Libânio tem razão: É preciso “beber nas fontes do passado”. A sabedoria não se constrói e fomenta, da noite para o dia, em uma só geração, embriagada e entupida de qualquer informação em excesso. A filosofia, a espiritualidade, a escola são indispensáveis, especialmente para o comunicador: “Como falar da virtude, do bem, da verdade, dos valores, sem antes ler, conhecer os clássicos da filosofia, das tradições religiosas? Cada geração não inventa a cultura. Bebe nas fontes do passado”.
Obrigado Libânio

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