Sucessão estadual e a corrida pelas duas vagas de Minas ao Senado foram objeto de uma pesquisa da Sensus, publicada pelo Hoje em Dia desta sexta feira, 19 de fevereiro de 2010.
Pré-candidato ao Senado pelo PSB, citado em dois dos três cenários apresentados pela Sensus, no mesmo dia comparecí ao TRE e assinei um requerimento nos seguintes termos: "Venho perante Vossa Excelência solicitar, como interessado, a cópia completa do resultado da pesquisa Sensus registrada neste Tribunal sob protocolo 5989 de 08/02/2010." Fui muito bem recebido pela Secretária Judiciária Eliana Galluppo e sua assessora Bárbara.
Aguardo deferimento do Eminentíssimo Desembargador e, de posse dos dados completos da pesquisa Sensus, pretendo comentar exaustivamente todo o conteúdo para os amigos deste blog.
Confio no alto senso profissional do Jornal Hoje em Dia, onde dirigem e militam dezenas de colegas jornalistas liderados por Carlos Lindemberg e no Instituto de pesquisa Sensus, sob o comando de Ricardo Guedes.
Antes mesmo de um comentário mais global, mostro os três cenários para o Senado com algumas observações:
CENÁRIO A
Aécio Neves (PSDB) 37,7%
Patrus Ananias(PT) 19,7%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Tilden Santiago (PSB) 4,0%
Indecisos, brancos e nulos 27,5%
CENÁRIO B
Hélio Costa (PMDB) 29%
Patrus Ananias (PT) 21%
Tilden Santiago(PSB) 11,6%
Clésio Andrade (PR) 11,1%
Indecisos, brancos e nulos 33,8%
CENÁRIO C
Itamar Franco (PPS) 24,2%
Patrus Ananias (PT) 22,0%
Clésio Andrade (PR)13,5%
Indecisos, brancos e nulos 35,3%
OBSERVAÇÕES:
1) Na corrida pelo Senado, Aécio Neves lidera na expontânea com 7,2% contra 2,6% de Alencar. Na estimulada, o governador teria 37,7% contra 29% de Hélio Costa. Nenhuma surpresa. A pesquisa não incluiu José de Alencar na estimulada para Senador.
2) A influência negativa da imposição de caráter plebiscitário também acontece na disputa do Senado no Brasil em geral. Em Minas, onde os partidos e políticos prezam a arte de fazer política democraticamente, tal contaminação parece não ocorrer. A possível disputa entre Aécio e Alencar pelo primeiro lugar, rumo ao Senado, não confuguraria plebiscito. A pesquisa Sensus não aborda essa preocupação.
3) O aparecimento dos candidatos do PSB, Tilden Santiago e do PR, Césio Andrade, e Itamar Franco do PPS, em terceiro, quarto e primeiro lugar respectivamente, comprovam também a
segunda observação acima, que anula a influência do plebiscito na luta pelo Senado em Minas.
4) Além do PT e do PSDB - diretamente envolvidos na manobra do "plebiscito" - o PMDB também se beneficia deste artfício político. Mas seus nomes, Aécio Neves, Patrus Ananias e Hélio Costa emergem na pesquisa mais pela força de histórias pessoais, o mesmo acontecendo com Itamar Franco, sendo que este nem se envolve com o plebiscito.
5) Outro argumento que mostra uma aversão em Minas pelo plebiscito que se tenta impor é o aparecimento de José Fernando, candidato do PV ao Palácio da Liberdade em dois dos cinco cenários montados na pesquisa na disputa para o Governo do Estado.
6) Em princípio, todos os nomes sinalizados já estão na disputa pelas duas vagas de Minas no Senado: Aécio Neves, Hélio Costa, Patrus Ananias, Itamar Franco, Tilden Santiago e Clésio Andrade. De todos eles, o pré-candidato do PSB, Tilden Santiago, é o único que coloca o foco exclusivamente na vaga do Senado, e desde o lançamento de sua pré-candidatura há dez meses atrás pelo PSB. Todos os demais trabalharam ou trabalham primeiro em função da Presidência ou Vice-Presidência da República, em vista de ser governador ou vice. O Senado parece ser encarado como um prêmio de consolação para quem não conseguiu candidaturas tidas como mais importantes e ou de maior peso político.
7) É natural que o nome de Fernado Pimentel tenha sido considerado nesta pesquisa unicamente em função do governo do Estado. Desde que saiu da PBH, Pimentel trabalha para ser governador de Minas e se perder na disputa interna para Patrus ou Hélio Costa, ele objetiva coordenar a campanha de Dilma Rousseff e em caso de vitória da candidata de Lula, ser Ministro de Estado. Mas não devemos anular a possibilidade de no arranjo final, Pimentel aparecer como candidato a Senador ou, o que é mais provável, como deputado federal puxando voto para uma grande bancada de petistas e do PRB. Mas o objetivo de Pimentel é ser governador.
O mesmo pode ser imaginado com relação a José de Alencar. Esses oito anos de vice-Presidência e sua postura diante do câncer, da vida, da morte e de Deus, o credenciaram junto a opinião pública mineira para ser candidato à função que quiser. Para governador ou senador ele depende do parecer dos médicos, da família e de Lula. Não acredito que Lula com o poder que tem hoje, e com sua sensibilidade, apoiará uma disputa entre Aécio e José de Alencar, com o risco para o vice-Presidente de não ser o mais votado em Minas, ou mesmo de ser menos votado que Aécio Neves. No meu entender o mais provável é que José Alencar se candidate a governador ou a deputado federal.
8) O ex-prefeito Fernando Pimentel frequentemente destaca o fato de existir no eleitorado mineiro uma larga faixa que opta pelo "lulécio". Quem vai tirar proveito desse eleitorado: o próprio Pimentel? Anastasia? Hélio Costa? Esse escriba parcialmente?
Essa questão do "lulécio" e as possibilidades de Antônio Anastasia rumo ao Palácio da Liberdade não são devidamente trabalhadas nesta pesquisa. Aguarde o comentário da leitura da totalidade da pesquisa Sensus.