quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CUMPLICIDADE X LULÉCIO

Nas últimas semanas cresceram as chances de Aécio Neves disputar a Presidência da República pelo PSDB. Isso se deduz da leitura dos jornais e revistas, relatando fatos inegáveis de algumas pesquisas, do que se comenta nos bastidores das lideranças políticas de Minas e das entrelinhas dos comentaristas e analistas.
Mas esse crescimento provocou José Serra. Ele que vinha demonstrando numa certa indiferença, procurando retardar a decisão de seu partido, começa a manifestar sua antiga vontade política de ser presidente.
É preciso relembar que Serra personifica as aspirações e interesses da Avenida Paulista, algo muito mais resistente do que o mero desejo de José Serra. É contra esse muro da hegemonia paulista que Aécio Neves esbarra, apesar de seu carisma político.
Crescem também as chances de Itamar Franco ser o vice de Serra. Iludem-se aqueles que especulam com Itamar disputando o governo do Estado. Itamar será candidato a senador ou a vice-presidente. Com Aécio presidente, o lugar para Itamar será o Senado. Com Aécio Senador, o nome de Itamar se ajusta perfeitamente na vice de Serra. José Serra precisa de um mineiro. E Aécio certamente se sentirá contemplado com a escolha de Itamar para vice: juizdeforano e PPS. E o eleitorado? Como vai encarar essa dobradinha?
Itamar Franco vem defendendo com firmeza Aécio presidente. Demonstra disposição de bater pesado no governo Lula, o que o atual governador mineiro não sabe e que não quer fazer.
Apesar dessa diferença há uma cumplicidade entre Itamar e Aécio, coisa de mineiro. É certo que no andar da carruagem, o governador não se desvincula do ex-presidente, seja qual for o caminho de ambos. E quanto a Itamar, como todos os políticos mineiros, ele sabe que nada de fundamental acontece em termos de poder, hoje em Minas, fora do olhar de Aécio Neves. É uma cumplicidade entre amigos no rumo do poder, nasceu de ambos, não é obra de Lula e Aécio. Foi cosntruído por amigos comuns e pela sabedoria popular dos mineiros, nas urnas votando em elições passadas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

MAHMOUD ABBAS

Dia 15 de novembro recebi um chamado do Embaixador Palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben. Meu querido amigo me convidava a participar da comitiva de autoridades brasileiras e internacionais que receberiam o Presidente Mahmoud Abbas na Bahia três dias depois. Por diculdades de adequação em minha agenda de compromissos para aquela data, enviei a seguinte mensagem que foi traduzida para o árabe e entregue nas mãos do Presidente Mahmoud por meu Habibi Ibrahim:

Sr. Presidente da Autoridade Nacional Palestina
Mahamoud Abbas.

ARLAN-WASARL! O Sr. é sempre benvindo ao Brasil! Estou muito feliz com sua presença em minha terra, seu encontro com meu povo e com meu presidente e amigo Lula e com o governador e amigo Jacques Wagner da Bahia. Volte quando quiser. As portas do Brasil e o coração dos brasileiros e brasileiras estarão sempre abertos para recebê-lo.
Sou muito grato a seu povo. Vivi com os Palestinos de 1963 a 1966. Em setembro de 1970, estava em Husn e Irbed, participando da luta, das dores e alegrias. Com os Palestinos descobri a Revolução dos pobres, oprimidos e excluídos. Alá, o Altíssimo, o Clementíssimo, olha por nós e nos abençoa.
Infelizmente não pude ir a Salvador ou a Porto Alegre para abraça-lo como queria. Fica para sua próxima vinda. Ou mesmo quando eu puder, irei a Palestina vê-lo em Ramala e com toda certeza, em Jerusalém, junto com Helena, minha esposa.

Abraço amigo para o Sr. meu irmão e todo povo palestino.Tilden Santiago
Embaixador do Brasil em Cuba de 2003 a 2007
Ex- Deputado Federal de 1990 a 2002

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A RECEITA DE MUSSOLINI PARA ACALMAR AS BASES

JORNAL VALOR ECONÔMICO, 17 DE NOVEMBRO 2009 - RELAÇÕES DE TRABALHO.

Nos anos 30, antes de Getúlio Vargas fazer a CLT, que é de 1943, o quadro sócio-econômico era o grande desafio para o Estado. Depois da grande depressão de 1929 era preciso industrializar o país a toque de caixa - e em paz -, para se produzir aqui tudo que era importado. Mas não havia paz. As relações de trabalho eram muito conflituosas, com forte influência dos anarquistas italianos e espanhois. Nas greves, empresas eram depredadas. O que fez Getúlio Vargas? A resposta está no depoimento do professor José Pastore, a seguir:


"Getúlio chamou um de seus principais assessores, o sociólogo Francisco José de Oliveira Viana, e o incumbiu de fazer um périplo pelo mundo para ver como os outros tinham conseguido se industrializar. Viana seguiu logo para os Estados Unidos, mas se deparou com um movimento ainda mais violento do que o brasileiro na zona industrial de Chicago. Desistiu e foi para a Alemanha. Lá quase todos os trabalhadores estavam em sindicatos atrelados ao Partido Comunista. Desistiu e foi para a Itália, que ninguém é de ferro. Benito Mussolini, em carne e osso, lhe disse que era preciso organizar no Brasil um sistema onde os trabalhadores e os empregadores participassem com várias responsabilidades.


-Pelo fato de os trabalhadores participarem já vai haver calmaria-, Mussolini falou. Disse ainda para criar uma representação tripartite - empregados, empregadores e governo - no Ministério do Trabalho. Depois, se essa comissão tivesse desdobramentos para os Estados, fazer uma comissão tripartite também para esse nível. E, se a coisa se desdobrasse mais, fazer uma comissão tripartite no município. Mussolini disse mais: - Encaixe também na Justiça do Trabalho, representantes dos empregados e empregadores. Porque, além da centença fria do juiz, vai se procurar ver tudo que tenha sentido na realidade. Ato contínuo, coloque representação classista também no topo, no Tribunal Superior do Tabalho, junto com os togados. Faça o mesmo nas juntas estaduais e também nos sindicatos. Aí Mussolini deu a chave da coisa: - Dê bastante trabalho e posição para esse pessoal. Dê dinheiro para essa gente. Oliveira Viana perguntou: -Por quê? - Porque tendo dinheiro, posição e prestígio lá em cima, eles se encarregam de acalmar a base-. Getúlio gostou muito da idéia.

domingo, 15 de novembro de 2009

PODER POLÍTICO


"Entre eles houve uma discussão sobre qual deles deveria ser considerado o maior. Jesus, porém disse: Aqueles que tem poder neste mundo, axercem a autoridade sobre as nações como dominação e autoritarismo e ainda querem se fazer passar por benfeitores. Mas entre vocês seja como o mais novo, e quem governa, seja como aquele que serve. Afinal quem é o maior: aquele que está sentado à mesa, ou aquele que está servindo? Eu, porém, estou no meio de vocês, como quem está servindo."

Lucas 22, 24-27 , (tradução direta do grego, tendo como referência também a Bíblia Francesa de Jerusalém)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MINAS E O SENADO


Onze nomes desejam duas vagas do Senado Federal em Minas Gerais: matéria da página três do jornal Hoje em Dia do dia três de maio de 2.009, domingo. José de Alencar PRB, Itamar Franco PPS, Aécio Neves PSDB, Hélio Costa PMDB, Patrus Ananias PT, Tilden Santiago PSB, Fernando Pimentel PT, Jô Morais PCdoB, Odelmo Leão PP, Alberto Pinto Coelho PP, Fernando Diniz PMDB (falecido). Mais tarde apareceram os nomes de Carlos Melles DEM, Eduardo Azeredo PSDB e Clésio Andrade PR.
Hoje, treze nomes e dez partidos aparecem na imprensa: PCdoB, PMDB, PP, PRB, PSB, PPS, PSDB, PT, PR, e DEM. Parece que mais uma vez estamos diante de uma eleição onde os nomes são mais levados em conta do que os partidos políticos, todos esperando por um posicionamento do Presidente Lula e/ou do Governador Aécio Neves para desenhar a sua estratégia.
É certo que a tendência é haver um afunilamento para um número menor de candidatos. Primeiro porque para alguns, o Senado é uma mera alternativa secundária, dada a alta potencialidade política e eleitoral deste candidato. Segundo porque alguns só entram na disputa com um acerto de cúpula que garanta a vitória nas urnas. Impossível neste acerto contemplar treze candidatos e dez partidos unicamente nas duas vagas para o Senado por Minas. Terceiro porque o candidato só o é por decisão partidária, após a convenção. Infelizmente essa situação acaba fazendo do processo eleitoral uma simples tentativa de ajeitar um lugarzinho nos bastidores da política para cada candidato em maior evidência. Mas o eleitorado pode reverter essa situação que lhe é imposta.
O amigo e deputado Virgílio Guimarães várias vezes me falou de sua previsão sobre uma bela campanha em Minas para o Senado, dada a qualidade da disputa. Dos treze candidatos, dois ou três objetivam desde agora unicamente a vaga do Senado, cosntruindo desde já, conteúdo político e programático do mandato.
As múltiplas possibilidades de alguns candidatos:
José de alencar: é um nome forte para várias alternativas.
Itamar Franco: é um nome forte para várias alternativas.
Aécio Neves: Presidente, Vice-presidente Senador.
Hélio Costa: Vice-presidente, Senador, Governador.
Patrus Ananias: Vice-presidente, Senador, Governador, Vice-governador.
Fernado Pimentel: Vice-presidente, Senador, Governador, Vice governador.
Jô Morais: Senadora, Governadora, Vice-governadora.
Odelmo Leão: Senador, Vice-governador.
Carlos Melles: Senador, Vice-governador
Eduardo Azeredo: Governador, Senador
Alberto P. Coelho: Senador, Governador, Vice-governador
Clesio Andrade: Senador, Vice-governador
Tilden Santiago: Senador.
Há três caminhos para se chegar ao Senado. Primeiro: de cima para baixo. O candidato e seu partido tentam se enquadrar através de uma aliança política, a vaga para o Senado. É bem provável que duas alianças sejam construídas: um projeto a partir do Palácio da Liberdade. O projeto do Planalto poderá se expressar numa só aliança ou em duas alianças no Estado. (dois palanques).
Segundo: de baixo para cima. O candidato e seu partido constroem a campanha pelo contato direto com as bases da sociedade, a partir do potencial já acumulado, procurando ampliar sua força eleitoral. Terceiro: Numa combinação mixta, tentando entrelaçar aspectos dos dois caminhos, dando ênfase igual a ambos.
Apesar de ter assinalado aspectos críticos do processo eleitoral, vivencio a mesma esperança do companheiro Virgílio Guimarães e ofereço, como pré-candidato, a minha contribuição através do PSB e partidos aliados. Virgílio tem razão, vai ser uma bela campanha de Minas para o Senado, de Minas para o Pacto Federativo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

XIV ENCONTRO DE POLÍTICOS CRISTÃOS - DOM CAVATI - MG - MOBON


Mais de 300 militantes cristãos reuniram-se em Dom Cavati, no Leste de Minas, nesse último fim de semana. Eles acorreram de cerca de 50 cidades do Norte da Zona da Mata e do Sul da Zona do Rio Doce. É uma realização do Mandato Coletivo do Deputado Durval Ângelo (PT-MG).

A montanha do MOBON - Movimento da Boa Nova - um verdadeiro Monte Tabor dos pequenos produtores (café) os acolhe sob o olhar fraterno de Alípio, João Rezende e Mariano, irmãos sacramentistas, que ali vivem e trabalham há cerca de 40 anos, numa missão de fé e cidadania, de fé e política. O MOBON é uma verdadeira faculdade do homem rural, que sobe a montanha com coragem, que sobe o Tabor com fé e alegria.

O encontro foi assessorado pelo teólogo leigo da PUC-Rio, Paulo Fernando, pelo Pe. Manoel Godoy - PUC-Ista, com a participação do Pe. João, prefeito de Acaiaca, dos anfitriões, de Reginaldo Lopes, deputado e presidente do PT-MG, de Durval Ângelo, Cida de Jesus e toda sua equipe de gabinete. Uma dezena de prefeitos, inúmeros vereadores, dirigentes partidários municipais, líderes sindicais, de cooperativas e de comunidade.

Desde 1986, o Movimento da Boa Nova pesou fortemente nas eleições de Raul Messias e Durval Ângelo para deputado estadual e desse escriba para deputado federal. Como também foi o grande responsável pelos três milhões e trezentos mil votos que recebi em 2002 para o Senado Federal.

Neste encontro, houve uma belíssima análise de conjuntura do país, do mundo e da igreja, com os assessores incentivando os homens e mulheres presentes a colaborarem e opinarem. No meu entender o ponto alto do encontro foram as reflexões sobre: 1) Mística, Militância e Espiritualidade e 2) O nosso compromisso com os pobres e a misericórdia de Deus.

Em tempos eleitorais, só se fala de candidatos, de alianças, de manobra nos bastidores, de conchavos, de estratégias e táticas no rumo do poder. Felizmente o XIV Encontro é uma excessão nesse cenário atual, pobre de debate e discussão. No MOBON, que recebeu Lula em 1993, na sua primeira "Caravana", durante o encontro, a gente do povo, discuiu e debateu um projeto de Brasil para os tempos pós-Lula e um projeto de Minas para os tempos pós-Aécio. Nem tudo está perdido. Parabéns ao XIV Encontro de Políticos Cristãos, coordenado por Durval Ângelo e ao Moviemnto da Boa Nova, o MOBON de João Resende, Alípio e Mariano. Estamos de parabéns todos que participamos. É o que quero partilhar`com você que ainda não subiu ao MOBON, esse Tabor das Minas Gerais, onde a gente se reabastece para a vida, para a luta.

domingo, 1 de novembro de 2009

DIPLOMACIA


APONTAMENTO 3
Carrego na lembrança, apontamentos para um livro de memórias que nunca escreverei.
Logo que foi eleito presidente em 2002, Lula enviou um mensageiro a Cuba para convidar o Comandante em Chefe Fidel Castro, para sua posse. Após confirmar a missão, ele revelou a Fidel que Lula pretendia enviar como embaixador a Havana, um companheiro dos tempos do sindicalismo, que liderava os jornalistas em Minas Gerais, no mesmo tempo em que ele, Lula, comandava os metalúrgicos em São Paulo e a classe trabalhadora brasileira.
_O Presidente Lula entende que o Comandante Fidel deva ter conhecimento de algumas circunstâncias da pessoa escolhida: não é embaixador de carreira, não é especialista em relações econômicas internacionais e foi sacerdote, padre-operário no Oriente Médio e no Brasil.
_Pero, tiene firmeza política?
_Se tem "firmeza política", o próprio comandante observará. Só sei que durante a Ditadura, foi da esquerda armada ao lado de Carlos Marighella na ALN.
_Então diz a Lula para enviá-lo, que diplomcia e muitas outras coisas ele aprenderá aquí na Ilha.