Nas últimas semanas cresceram as chances de Aécio Neves disputar a Presidência da República pelo PSDB. Isso se deduz da leitura dos jornais e revistas, relatando fatos inegáveis de algumas pesquisas, do que se comenta nos bastidores das lideranças políticas de Minas e das entrelinhas dos comentaristas e analistas.
Mas esse crescimento provocou José Serra. Ele que vinha demonstrando numa certa indiferença, procurando retardar a decisão de seu partido, começa a manifestar sua antiga vontade política de ser presidente.
É preciso relembar que Serra personifica as aspirações e interesses da Avenida Paulista, algo muito mais resistente do que o mero desejo de José Serra. É contra esse muro da hegemonia paulista que Aécio Neves esbarra, apesar de seu carisma político.
Crescem também as chances de Itamar Franco ser o vice de Serra. Iludem-se aqueles que especulam com Itamar disputando o governo do Estado. Itamar será candidato a senador ou a vice-presidente. Com Aécio presidente, o lugar para Itamar será o Senado. Com Aécio Senador, o nome de Itamar se ajusta perfeitamente na vice de Serra. José Serra precisa de um mineiro. E Aécio certamente se sentirá contemplado com a escolha de Itamar para vice: juizdeforano e PPS. E o eleitorado? Como vai encarar essa dobradinha?
Itamar Franco vem defendendo com firmeza Aécio presidente. Demonstra disposição de bater pesado no governo Lula, o que o atual governador mineiro não sabe e que não quer fazer.
Apesar dessa diferença há uma cumplicidade entre Itamar e Aécio, coisa de mineiro. É certo que no andar da carruagem, o governador não se desvincula do ex-presidente, seja qual for o caminho de ambos. E quanto a Itamar, como todos os políticos mineiros, ele sabe que nada de fundamental acontece em termos de poder, hoje em Minas, fora do olhar de Aécio Neves. É uma cumplicidade entre amigos no rumo do poder, nasceu de ambos, não é obra de Lula e Aécio. Foi cosntruído por amigos comuns e pela sabedoria popular dos mineiros, nas urnas votando em elições passadas.